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Internet usa 2% da energia mundial

Empresas gastam mais eletricidade com resfriamento de data centers do que com tarefas de computação
Bruno Torres
11/11/15

A tecnologia da comunicação e informação transformou a maneira como vivemos, trabalhamos, aprendemos e nos divertimos. Com o uso de computadores pessoais, tablets e smartphones, estamos cada vez mais dependentes da internet.

Estima-se que 2,5 bilhões dos habitantes do planeta utilizem a rede, com maior ou menor intensidade. Nos Estados Unidos, país que lidera o uso da web no mundo, ela chega a 78,6% dos lares. Em termos de usuários, os países asiáticos vêm em primeiro lugar, com 44,8% - e são eles que irão contribuir com a parcela mais importante do crescimento populacional nas próximas décadas, além de trazerem centenas de milhões de pessoas para o status de classe média, com tudo que isto pode significar de consumo dos mais variados serviços, como os de comunicação.

Consumo dos data centers

Antes da proliferação maciça da internet, nossas atividades com os computadores ficavam armazenadas em discos de memória das máquinas e iam parar em outros aparelhos através dos primitivos disquetes. Agora, toda esta informação trafega pela rede eletrônica em velocidade instantânea, e cada conteúdo que geramos - vídeos, fotos, emails, atualizações de status no Facebook, tweets - acaba em enormes centros de armazenamentos de dados chamados data centers. Estes são prédios com milhares de servidores - computadores parrudos sem tela ou teclado, apenas com chips para o processamento de informação.

Os data centers consomem uma quantidade gigantesca de energia - de 1,5% a 2% de toda a eletricidade gerada mundialmente (mais ou menos o que se gasta no México inteiro). O número equivale à produção de 30 usinas nucleares. E a demanda cresce 12% ao ano. Os edificios estão espalhados por todo o mundo, concentrando-se em regiões onde existe isenção de impostos ou energia barata (como a de usinas de carvão), mas também perto das sedes de grandes utilizadores.

A internet não apenas gasta muita energia, também o faz de maneira nada eficiente. Apenas de 6% a 12% da eletricidade consumida com os servidores (cujos serviços perfazem o que se chama de "computação em nuvem") vai propriamente para tarefas de computação. O resto é usado essencialmente no resfriamento das máquinas e para mantê-las em estado de espera em caso de um pico de atividade que possa diminuir ou causar uma parada em suas operações.

Não temos mais paciência de esperar que as coisas aconteçam na rede - queremos o que pedimos já. As empresas de internet ficam em um dilema: os custos de energia sobem porque elas crescem em popularidade.Isso elimina parte dos ganhos que obtêm com publicidade. Ao mesmo tempo, os consumidores exigem uma resposta imediata ao clique do mouse e as companhias têm medo de colocar seus negócios em risco se não atenderem a esta expectativa.

E-mails e filmes

Não nos comportamos de modo muito racional na internet ao deixar nossas caixas postais lotadas com milhares de emails que não têm qualquer utilidade, parte deles com anexos ocupando considerável espaço de memória.

Jeremy Burton, um especialista americano em armazenamento de dados, diz que quando trabalhava em uma empresa de tecnologia de computação, há dez anos, seu maior cliente tinha 50.000 gigabytes em toda sua base de dados. (O armazenamento de dados é medido em bytes. A letra N, por exemplo, ocupa um byte. Um gigabyte é um bilhão de bytes de informação.)

Hoje, cerca de 1 milhão de gigabytes são processados e guardados em um data center apenas durante a criação de um desenho animado em 3D. Para permitir toda esta atividade, existem atualmente mais de 3 milhões de data centers de tamanhos variados em todo o mundo, de acordo com a consultoria International Data Corporation.

A IBM estima que 2,5 quintilhões de bytes sejam criados todo dia no mundo todo. Cerca de 90% desse estoque de dados tem menos de dois anos de idade, o que mostra a expansão incansável da internet. Em 2020, quase um terço da população global irá possuir um computador pessoal, metade terá um smartphone e 1 em cada 10 lares terá acesso à banda larga, segundo a International Data Corporation.

Aquecimento global

Como manter os servidores custa muito caro, gigantes do setor, como Google, Apple, Facebook e Yahoo! procuram maneiras mais eficientes de usar energia, assim como de obtê-las de fontes renováveis e não poluentes. Os data centers têm contribuição importante na emissão de gases de efeito estufa, que contribuem para o aquecimento global.

Uma das alternativas para economizar energia poderia ser permitir que partes não utilizadas de um conjunto de servidores sejam colocadas em estado de atividade muito baixa, na qual apenas as funcionalidades básicas sejam executadas. Isto gera economia porque muitas máquinas entram em uma espécie de estado de sono. Desta forma, não ficariam todas ativas o tempo todo, como ocorre hoje.

O consumo de energia na "nuvem" é apenas uma face do que é gasto por todo o setor de tecnologia da informação e comunicação - que inclui PCs e displays, ou monitores, em lares e empresas. Na Alemanha, por exemplo, eles representam 8% do consumo total de energia. Além disto, 2% das emissões globais de gás carbônico acontecem pelo funcionamento de todos estes equipamentos - o equivalente ao produzido pelo setor de aviação comercial em todo o mundo.

Há pouco que nós, como usuários individuais, podemos fazer para mudar este panorama, embora pequenas ações sejam úteis - como manter nossas caixas postais limpas. Vale lembrar que elas contêm não apenas texto, mas também anexos que ocupam grande espaço.


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