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Guia Fantástico da cidade de São Paulo

Artista plástica espanhola cria guia ilustrado para ajudar as pessoas a conhecerem melhor a metrópole
Bruno Torres
27/09/19

Que tal tentarmos criar uma cidade mais acessível e divertida? Será que a maior metrópole da América Latina poderia se tonar, pouco a pouco, um espaço agradável de convivência que acolha ao invés de afastar? Nos últimos anos, uma série de iniciativas da população, de entidades não governamentais e associações buscam intensificar o acesso à cidade, seja por meio de atividades culturais, arte urbana ou ocupações. Todos querem a mesma coisa: mudar a cara de São Paulo.

A artista plástica espanhola Ángela León faz parte desse grupo. Ela se mudou em 2011 para a cidade e ficou encantada com a diversidade de suas formas. Buscando expressar o que sentia por São Paulo, resolveu desenhar suas ruas, parques, praças, pontos turísticos ou lugares pouco convidativos. “Essa foi a maneira que encontrei de conhecer e me familiarizar com ela, ou seja, tentar me adaptar e buscar o que de melhor a cidade oferecia”, conta Léon sobre sua motivação para lançar o Guia Fantástico de São Paulo.

Ilustração de pessoas se divertindo nas margens Rio Tietê limpo e navegável

“O guia é um projeto que mistura realidade e ficção. Ele propõe e instiga as pessoas a conhecerem a cidade por um olhar lúdico de maior contato com a natureza, para assim ocupar os espaços públicos”, diz León. Ela pontua que a proposta pode favorecer a interação entre os cidadãos. Para publicá-lo e fazer com que ele se torne realidade, ela criou uma campanha de financiamento coletivo na plataforma do Catarse, que já atingiu a verba suficiente para sua elaboração.

“A maioria dos lugares que desenhei não são desconhecidos e pouco valorizados, como os rios ou o Minhocão. A proposta do livro é oferecer um olhar diferente desses locais e mostrar as oportunidades que eles podem oferecer”, afirma a artista. As páginas do guia contam com ilustrações inéditas que mostram uma cidade repleta de lugares lúdicos e de possibilidades artísticas.

Ilustração fictícia do túnel José Roberto Fanganiello Melhem com uma piscina e pessoas se divertindo

“Eu sei que vir de fora torna mais fácil enxergar o lado positivo das coisas, porque o costume te faz ficar desencantado. Além disso, o fato de a cidade ser complicada e hostil faz com que todo mundo precise de uma pausa para respirar”, diz León. A espanhola acredita ser saudável pensar nas possibilidades e nas carências que cada lugar oferece. Para ela, o imaginário pode fazer parte dos “materiais de construção” da cidade.

Cidade em transformação

ONGs, coletivos, pessoas, movimentos independentes e muitas outras iniciativas são as forças que enfrentam o constante e poderoso processo de verticalização e desumanização dos espaços da metrópole. Hortas urbanas, muros tomados por grafites, ocupações culturais e eventos ao ar livre para todos que quiserem chegar têm tomado conta dessa selva de pedras. Há grupos que procuram reconquistar a cidade caminhando. Outros querem torna a cidade mais acessível e democratizar seus espaços públicos.

Há coletivos que defendem uma nova apropriação de locais famosos, como a Avenida Paulista. Todos esses grupos lutam para diminuir problemas crônicos da cidade, como poluição, trânsito e falta de áreas verdes.

Pessoas brincam de balanço no vão do Viaduto do Chá, no Vale do Anhangabau

“Eu vejo que desde que viemos morar aqui, tivemos a sorte de ver muitas iniciativas intensificadas para recuperar o espaço público, os parques e os rios. Isso enriqueceu muito o projeto”, conta León. Segundo ela, o momento em que ela mudou-se para São Paulo ficou marcado por essas transformações, que se multiplicam cada vez mais. São movimentos de pessoas que querem reconquistar o amor pela cidade e, assim como o guia, pretendem modificar esse espaço urbano.

Ilustração de pessosas desembarcando em uma balsa no Rio Tamanduateí em direção ao Mercado Municipal de São Paulo

“Acredito que a percepção sobre nosso ambiente define como vamos nos relacionar com ele e com as outras pessoas. Se o espaço público está ocupado somente por carros, torna-se mais inseguro”, conta a artista. O guia propõe também, segundo ela, maior contato com a natureza e interação entre os cidadãos.

Como encontrar o guia?

“A obra será distribuída em um primeiro momento entre os apoiadores da campanha de financiamento coletivo que ajudaram a torná-la possível”, explica Ángela León. Ela também espera que seu trabalho chegue às livrarias e bibliotecas da cidade. Para saber mais, acesse o site do projeto.


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