fbpx
Logo portal NAMU
HOME » Alimentação » Funcionais » Gerais

Funcionais

Mitos e verdades sobre o goji berry

Fruto de origem asiática é benéfico para a saúde, mas especialistas alertam: cuidado com promessas milagrosas
Da redação
27/09/19

Entra ano e sai ano os holofotes da mídia apontam para algum novo alimento da moda capaz de “resolver todos os problemas”, “curar todos os males” e, ainda por cima, “ajudar a emagrecer”. No Brasil, esse posto tem sido ocupado com frequência por uma frutinha até pouco tempo desconhecida por aqui. O goji berry (Lycium barbarum) L. é oriundo das montanhas do Tibete.

Semelhante a um tomate-cereja – o goji berry é uma solanácea, ou seja, é da mesma família dos tomates –, esse fruto é conhecido por seus efeitos medicinais. É muito popular na Ásia, onde é utilizado há mais de 3.000 anos. Por aqui, é encontrado mais comumente na forma da fruta seca, vendida a granel ou em embalagens plásticas.

Por que consumir goji berry

A frutinha tem mesmo seus méritos. De acordo com a nutricionista Thais Tomé, os polissacarídeos presentes no goji berry formam a maior parte de sua constituição e, em estudos experimentais em animais, demonstraram produzir efeitos no combate da infertilidade, hipertensão, colesterol alto e na regulação da glicose na corrente sanguínea.

“O segundo maior grupo de metabólitos desse alimento são os carotenoides. Eles atuam como antioxidantes ajudando no combate ao envelhecimento e melhorando a visão. A fruta contém ainda as vitaminas B1, B2 e vitamina C, que combatem os radicais livres. Se ela for consumida desidratada, possui o mesmo teor de vitamina C que limões frescos”, afirma Tomé.

Apesar de não ser possível encontrar a mesma combinação de vitaminas e propriedades presentes na goji berry, frutas como laranja, banana e jabuticaba contêm vitaminas como B1, B2, C e antioxidantes. A jabuticaba, por exemplo, fruta típica brasileira, é rica fonte de minerais como fósforo e potássio. Ela também possui cálcio, ferro e vitaminas B e C, melhora a pele, os cabelos e a circulação sanguínea. Além de tudo isso, o quilo da jabuticaba pode ser até dez vezes mais barato do que a goji berry.

Goji berry emagrece?

Se depender de algumas notícias veiculadas na mídia cotidianamente, sim. “A dieta do goji berry das celebridades” promete emagrecimento, diminuição das celulites, barriga seca e vários quilos a menos. Mas não é bem isso o que pensam especialistas que costumam utilizar a fruta em consultório com seus pacientes, como é o caso da naturopata Célia Mara Garcia. “Ela até ajuda até a emagrecer, mas não como a mídia tem proposto. Obviamente que é bom consumir alimentos ricos em antioxidantes, como todas as frutas vermelhas, mas é lógico que a pessoa tem que ter uma dieta equilibrada e saudável aliada à prática de atividade física. Não existe meio de emagrecer sem casar essas práticas”, garante.

A opinião é compartilhada pela nutricionista Lenycia Neri, da Nutri4Life Consultoria em Nutrição. Para ela, apesar de o goji berry poder ser considerado mesmo um “superalimento” pelos seus efeitos benéficos para a saúde, é preciso ter cautela. “Apesar destes efeitos, nenhum alimento sozinho pode ser considerado panaceia ou milagroso, já que é o conjunto da alimentação do dia a dia do indivíduo que irá nutrir o corpo e ajudar na prevenção de diversas doenças”, opina.

Na medicina tradicional chinesa, o goji berry é muito ligado à deficiência dos rins, como explica a especialista em dietoterapia Marli Porto. “De acordo com a tradição, o uso desta fruta, que tem a natureza amarga e características de nutrir o rim (shen) e o coração (xin), promove melhoras nos quadros de insônia, agitação mental, palpitações, ansiedade e também na melhora da função sexual, melhorando a libido, a impotência e a infertilidade”, diz. No entanto, segundo ela, a medicina chinesa não relaciona o goji berry ao processo de emagrecimento, mas sim, a uma melhora do processo de digestão.

o que é goji berry

Como usar

A naturopata Célia Mara conheceu o goji berry há 30 anos por meio da medicina chinesa. Desde então, ela consome e recomenda o fruto para seus pacientes. “Eu sugiro uma colher de sopa por dia dessa frutinha, que pode ser reidratada, já que no Brasil a gente costuma encontrar ela desidratada. Pode deixar de molho e bater com água de coco, misturar com frutas. Uma maçã, uma pera, amêndoas, gengibre, ou até misturar no suco verde se quiser”.

Se a ideia for consumir a fruta seca em porções, ela pode ser lavada e deixada na água por 15 minutos para que fique mais macia, além de hidratar as fibras e potencializar seus efeitos benéficos. Ela também pode ser adicionada à salada de frutas ou em outra receita que utilize frutas secas.

Riscos do goji berry na dieta

É necessário também precaução com o consumo excessivo da fruta, principalmente em função da alta concentração de vitamina C. A máxima ingestão diária dessa substância não deve ultrapassar 2.000 mg e o seu excesso por longos períodos de tempo pode causar problemas, como cálculos renais, distúrbios gastrintestinais e incômodo na bexiga.

Estudos apontaram que o excesso também pode ser perigoso em virtude da interação dos princípios do goji com medicamentos, como anticoagulantes ou fármacos para o controle glicêmico e de pressão. Para não ter problemas, quantidades superiores a 45 gramas por dia devem ser evitadas.


Recomendados
Funcionais

Alimentação natural para cachorro: como planejar o mês de compras

Uma das principais tendências de mercado é a al...

Funcionais

Cardápio funcional: uma alimentação rica em nutrientes

Confira os benefícios dessa dieta e algumas dic...