Aqui no Portal NAMU muito já se falou sobre os benefícios físicos e psíquicos da prática de yoga. Flexibilidade, respiração, sensação de relaxamento para o corpo; autodesenvolvimento, disciplina e autonomia para a mente são alguns dos melhoramentos mais citados. Mas, apesar dos praticantes “sentirem na pele” os resultados, pesquisas científicas que provem essas questões ainda são muito raras e custosas, e a comunidade médica tradicional ainda se mostra relutante em validar a ideia.
Além de ter muitos aspectos abstratos, os benefícios da prática dependem muito da dedicação e disciplina do praticante e podem ser imediatos ou demorar anos para ser notados.
Por essa razão, em artigo publicado no blog Well no portal do The New York Times, a jornalista Jane Brody levanta a questão dos prós da prática da yoga para a saúde baseada em uma pesquisa autônoma que, apesar das dificuldades e do tempo, se mostrou muito bem sucedida.
O responsável pelo estudo é o médico Loren M. Fishman, fisiologista da Universidade de Columbia especialista em medicina reabilitativa. O foco da sua pesquisa, que começou em 2005, é associar a yoga a saúde óssea e provar que a prática pode ser uma terapia efetiva para osteoporose.
Diante de uma taxa de 700 mil fraturas na coluna e mais de 300 mil de quadril nos Estados Unidos, o doutor esperava que a sua pesquisa e novos estudos em larga escala pudessem provar à classe médica que a yoga seria uma alternativa legítima menos custosa e menos perigosa que remédios para tratar a perda de densidade óssea.
Segundo Brody, apesar de haver um consenso entre os especialistas de que adultos já não conseguem ganhar massa óssea significativa, Fishman junto a três colaboradores - Yi Hsueh-Lu, da Universidade de Rockefeller , Bernard Rosner do Brigham and Women's Hospital, e Gregory Chang, da Universidade de Nova York - solicitou voluntários em todo o mundo pela nternet para um estudo piloto que provaria o contrário.
Não restam dúvidas que yoga é boa para a amplitude de movimento, força e coordenação
Das 741 pessoas que se nomearam para o experimento, 227 seguiram fazendo as 12 posturas de yoga atribuídas diariamente ou pelo menos a cada dois dias.
A média de idade dos participantes (dos quais 2012 eram mulheres) era de 68 anos e 83 por cento tinha osteoporose ou seu precursor, osteopenia. Além disso, os participantes tinham 109 fraturas relatadas ou encontradas nas radiografias. Cada uma das poses era realizada por 30 segundos e o tempo diário da prática era em média de 12 minutos.
Antes do início do estudo, os pesquisadores examinaram a densidade óssea, o sangue e a urina dos participantes, e realizaram radiografias de suas colunas e quadris. Os participantes receberam um DVD com as posturas que deveriam realizar e um programa para gravar o que e como fizeram.
No final do estudo, as medições de densidade óssea e algumas radiografias foram refeitas nos participante. Os resultados apresentaram melhora da densidade óssea na coluna e no fêmur dos 227 participantes. A densidade óssea do quadril não apresentou aumento significativo. Além disso, não foram detectadas fraturas ou lesões relacionadas com a prática de yoga em nenhum dos participantes.
Como consta no artigo, o estudo foi submetido para publicação, mas tem algumas limitações, incluindo o uso de voluntários auto selecionados e a falta de controle do grupo pelos pesquisadores. No entanto, os resultados constatados dão apoio à teoria de Fishman que a yoga pode ajudar a reverter a perda óssea.
Mesmo que o aumento da densidade óssea não seja validado cientificamente, já é sabido que melhorias na postura e no equilíbrio podem advir da prática de yoga e isso protege de lesões. "Fraturas da coluna vertebral podem ser resultados de má postura. Não há nenhum medicamento para isso, mas a yoga é útil", recomendou o médico.
Ele também reitera que yoga é bom para a amplitude de movimento, força, coordenação e redução da ansiedade. “Tudo isso contribui para a capacidade de ficar de pé e não cair. Se você não cai, você reduz muito o risco de uma fratura grave”, conclui.
A professora do NAMU Cursos Camila Reitz desenvolveu o estilo hatha vinyasa yoga
Existem diversas modalidades de yoga e todas elas podem contribuir para melhorias em relação a postura, equilíbrio, amplitude de movimento, força e coordenação, como sugeriu o estudo estadunidense. Afinal, os ásanas ou posturas são comuns em quase a totalidade dos estilos, com modificações sutis em cada um.
A hatha vinyasa yoga é um estilo de yoga desenvolvido pela professora Camila Reitz a partir de técnicas milenares da hatha yoga, da ashtanga vinyasa yoga e das práticas meditativas.
A plataforma online NAMU Cursos possui um curso completo com Reitz, chamado “Hatha vinyasa yoga e a meditação em movimento”. A modalidade trabalha, principalmente, as purificações, as contrações de determinadas partes do corpo que direcionam a energia vital para os órgãos do corpo energético, os exercícios respiratórios que dinamizam a energia do corpo e consciência da mente, além das técnicas de concentração que conduzem à meditação e a estados de consciência elevados.
No curso várias posturas são trabalhadas com intensidade. Os surya namaskar ou saudações ao Sol são as primeiras que a professora ensina. Depois, ela segue com posturas de flexão para a frente, lateroflexão, posturas de equilíbrio e força, torções e posturas de extensão.
As práticas de equilíbrio e força necessitam alta concentração e ajudam a melhorar a capacidade do cerebelo de fazer com que nós tenhamos estabilização nos movimentos que fazemos diariamente. Dessa forma, trabalhamos nossa capacidade de nos firmar em pé e equilibrados e diminuimos a possibilidade de lesões e fraturas dos ossos.
Além desse, já foram lançados diversos outros cursos de yoga que, praticados com disciplina, trazem igualmente benefícios para a saúde óssea dos alunos. Saiba mais aqui.
Fotos: Dave Rosenblum / Flickr / CC BY 2.0; Cíntia Pimentel
Veja também:
Curso de hatha vinyasa yoga e a meditação em movimento
Yoga e ayurveda: sem dor nas costas
Yoga, meditação e o mundo moderno