Germinar sementes é um processo no qual os embriões se desenvolvem, ou seja, saem do seu estado de “repouso” para o brotamento da planta. Ao germinar sementes e sementes, são liberadas enzimas responsáveis pela captação de nutrientes e fortes aliadas no processo digestivo.
Embora a técnica seja considerada nova, pesquisadores acreditam que os chineses, três séculos antes de Cristo, já consumiam os brotos. Além deles, os essênios, um povo que seguia uma vertente do judaísmo e viveu entre 150 a. c. a 70 d. c., também ingeriam alimentos germinados. Inclusive, eles tinham uma alimentação considerada saudável.
A chef de alimentação viva Manuela Scalini ensina nesse vídeo como germinar sementes e grãos. Além disso, Scalini também fala sobre os benefícios que esses alimentos trazem para a saúde humana.
“Quando utilizamos castanhas e sementes, o ideal é germiná-las antes do uso. Nós ativamos esses alimentos para acionar as enzimas já presentes em todas as sementes e castanhas cruas”, declara a profissional.
Assista ao passo a passo:
Podemos dividir as sementes em três categorias. Oleaginosas, que são ricas em gorduras; proteicas, ricas em proteínas; e amiláceas, que são ricas em amido. Entre as oleaginosas podemos destacar os grãos de amêndoas, girassol, nozes e linhaça. Nas proteicas, entram soja, lentilhas, ervilhas e feijão. Já entre as amiláceas encontram-se trigo, aveia e quinoa.
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, germinar sementes e grãos aumenta as atividades enzimáticas do alimento. Dessa forma, elas auxiliam na maior captação de nutrientes para o corpo e atuam como facilitadoras da digestão.
Isso acontece porque a digestão do ser humano é química, pois utiliza dessas substâncias para concluir o processo. Além disso, ela também é mecânica, uma vez que precisa da deglutição e mastigação. Porém, nenhum dos dois procedimentos é possível sem as enzimas.
Isso acontece porque os nutrientes ingeridos pela alimentação são transformados em pequenas moléculas, que são absorvidas e levadas para a corrente sanguínea. E é exatamente durante esse período que as enzimas são liberadas para auxiliar no processamento.
“Grãos e leguminosas não foram feitas para o consumo de seres humanos, mas sim de pássaros e animais, já que eles conseguem germinar esses alimentos no papo. Isso significa que para consumi-los e obtermos deles seus benefícios, também precisamos germiná-los”, declara o chef de alimentação viva, Eduardo Corassa.
Segundo Eduardo, “ao germinar sementes e grãos, além de leguminosas, melhoramos seu perfil nutricional e sua digestibilidade. Além disso, também diminuímos sua toxicidade, advinda de inibidores enzimáticos e antinutrientes. No caso das sementes, por exemplo, elas podem ser consumidas cruas e frescas. Assim, germiná-las é uma forma de torná-las mais nutritivas”, conclui.
Por causa da quantidade expressiva de fibras encontradas nos alimentos germinados, a ingestão regular das sementes contribui para a regulação do intestino. Isso significa a redução de problemas como a constipação intestinal, por exemplo.
A ação antioxidante dos alimentos germinados também é outro ponto a favor. Isso porque combate a ação dos radicais livres, responsáveis por doenças degenerativas e envelhecimento precoce das células.
“Uma alimentação sem a formação dos PRMS (Produtos da Reação de Maillard, as toxinas formadas pelo cozimento), sem a perda de nutrientes e com as proporções de macro e micronutrientes adequadas, fornecem benefícios a todas as células, tecidos, órgãos e sistemas do organismo”, reforça Corassa.
“Além disso, germinar sementes e grãos também contribui para a regulação do metabolismo e do sistema endócrino. Inclusive, fornece até mesmo benefícios hematológicos e imunológicos. Ou seja, o consumo dos alimentos germinados faz você envelhecer mais lentamente, não adoecer, ser mais inteligente e mais forte. Ainda, contribui para você se recuperar mais rapidamente”, reforça Corassa.
Outro grande benefício de germinar sementes e grãos é o fortalecimento de ossos e músculos. E isso se dá graças aos minerais cálcio e ferro, encontrados nesses alimentos. Enquanto o primeiro fortalece os ossos e previne doenças como osteoporose e hipertensão arterial, o segundo combate a anemia, a fadiga, e até mesmo a queda dos cabelos.
A ingestão regular dos alimentos germinados também contribui para o bom funcionamento do sistema nervoso, regulando, inclusive, o sono e o humor. E isso tudo graças às vitaminas do complexo B encontradas nesses alimentos, que também favorecem o aumento da concentração e da disposição física.
É possível consumir os germinados em saladas, leite de vegetais e até mesmo em sucos. Foto: Pixabay
Adeptos do crudivorismo utilizam com frequência a prática de germinar grãos e sementes em sua culinária. Confira então, como consumir os alimentos germinados para aproveitar ao máximo todos os benefícios que eles têm a oferecer à saúde:
Além das opções apresentadas acima, cabe ainda mencionar que os alimentos germinados podem, ainda, ser usados no dia a dia em saladas e sucos.
Agora que você já aprendeu a germinar sementes e grãos, que tal conhecer receitas com alimentos germinados? Conheça, então, a série Finger foods e entradas – Culinária viva do Namu. Nela você aprenderá diversos pratos da alimentação viva para receber seus amigos e familiares, além de dicas de negócios e conservação de alimentos.