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Ecozinha: refeições colaborativas, vegetarianas e cheias de afeto

Projeto dos curitibanos Fátima Mazarão e Luciano Vaini propõe preços livres e a volta da alimentação partilhada
Da redação
27/09/19

Não é a primeira vez que falamos no Portal NAMU de um projeto que sugere a lógica do "pague o quanto quiser" por um produto ou serviço. Assim como o Preto Café, em São Paulo, a Ecozinha também nasceu para provocar e questionar o modelo de negócio estabelecido pelos restaurantes convencionais.

Na verdade, para a professora de história e estudante de gastronomia Fátima Mazarão e o cozinheiro Luciano Vaini, criadores desse projeto de cozinha horizontal, colaborativo e itinerante, a Ecozinha é um anti-restaurante. A explicação para esse título é que as refeições são caseiras, os convidados podem participar do processo e colaborar como desejarem. “Eu geralmente conto para eles como foi o preparo do prato, abro os custos e eles, inclusive, podem nos ajudar com a louça”, explica Mazarão.

Na Ecozinha, portanto, o intuito é aproximar quem serve de quem é servido de forma a estabelecer uma conexão com o alimento, como ocorre nas nossas próprias casas. “Nós queremos recuperar uma cozinha afetiva, onde todos possam partilhar uma refeição juntos, como era antes e foi abandonado”, lamenta a professora.

Inspirações

A ideia surgiu quando Fátima morava na cidade do Porto, em Portugal, e conheceu um restaurante que praticava preços livres. Além disso, nas refeições feitas em sua casa, os amigos passaram a deixar contribuições para o custo da comida que ela preparava para todos. Porém, as inspirações não pararam aí. Ao voltar para o Brasil, Fátima conheceu o Até o Talo, um projeto de cozinha independente de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ela gostou tanto do conceito que resolveu fazer algo semelhante em Curitiba, no Paraná.

Refeições

Os almoços colaborativos são sempre vegetarianos, 90% das vezes veganos, e sempre que possível com ingredientes orgânicos. Eles não tem funcionários. Todas as tarefas são feitas pelos criadores e está tudo bem por eles. Naturalmente, a ajuda de quem foi lá para fazer uma refeição é aceita de bom grado.

Em uma lousa ficam expostos os custos totais da comida. São somados os valores para comprar os produtos e a mão-de-obra utilizada na preparação dos pratos. Como os almoços são feitos por reserva, eles conseguem também estimar o custo por pessoa. Chegam a sugerir uma contribuição “mas o valor fica sempre em aberto”, esclarece Mazarão.

Mesa com pratos no Ecozinha

Sempre que possível os alimentos utilizados no preparo das refeições são orgânicos

Quando perguntada sobre a possibilidade de se sustentar com esse tipo de arrecadação colaborativa ela é assertiva: “Tudo depende da frequência dos eventos e da quantidade de pessoas que participam deles. Como somos transparentes, o retorno é sempre positivo. Creio que o sucesso vem dessa troca”.

Fátima diz ter visto na Europa sessões inteiras de produtos orgânicos nos mercados e acha que no Brasil as pessoas têm despertado para isso nem só por saúde, mas também pela questão ambiental. "Ou mudamos nossos hábitos ou nossos filhos sofrerão as consequências", alerta a historiadora.

Funcionamento

A Ecozinha funciona nos almoços de sexta-feira no espaço Solimões 541. Quinzenalmente e aos sábados, eles estão no Espaço Cultural Terreirão com o "Angu | Comida popular brasileira", um projeto de pratos típicos brasileiros em versões vegetarianas. Além dessas datas fixas, é possível experimentar os pratos da Ecozinha em eventos culturais itinerantes de Curitiba, como no "Projeto Comidas do Mundo" e em outras festas, feiras, festivais e shows. "Visitamos outros espaços que estejam abertos a nos receber", diz Mazarão.

Fátima Mazarão e Luciano Vainim, criadores do Ecozinha

No futuro, Fátima e Luciano têm planos de ter o seu próprio espaço para servir as refeições

Futuro

"A ideia futuramente é termos nosso próprio espaço, praticarmos a mesma cozinha afetiva que buscamos e tornar a alimentação novamente um fator importante na vida das pessoas", almeja o casal. Eles acreditam que o modelo da Ecozinha não está tão fora dos padrões quanto pode parecer.

Em Curitiba mesmo existem outras cozinhas independentes de almoço colaborativo, como a Central do Abacaxi. "Acreditamos que essa é uma tendência, ou alternativa mesmo, o sistema está repleto do padrão", profetiza satisfeita a defensora da cozinha afetiva e do preço justo.

Foto 1: Divulgação Ecozinha Foto 2: Dayana Luiza


Veja também: Guia Ecozinha Uma economia baseada na colaboração A cultura colaborativa invade a cidade


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