fbpx
Logo portal NAMU
HOME » Alimentação » Funcionais » Gerais

Funcionais

Felicidade que vem do prato

Cuidar da alimentação, além de trazer benefícios para o corpo, pode ajudar a manter a depressão bem longe
Da redação
27/09/19

Do “frio na barriga” às “borboletas no estômago”, a vida emocional de cada um de nós tem relação direta com os hábitos alimentares. Da mesma forma, nossa digestão é profundamente influenciada pelas emoções. Chegamos inclusive a alterar a dieta quando estamos estressados.

Adotar uma alimentação mais saudável não significa curar alguém que sofre depressão. Não é isso. O que muitos estudos indicam é que uma nutrição correta pode melhorar o bem-estar e atuar de maneira preventiva. Vários alimentos, se consumidos com frequência e de maneira balanceada, fornecem nutrientes que interferem no sistema nervoso e participam da produção de neurotransmissores que proporcionam sensações de prazer e melhoram o humor.

Alimentação versus depressão

Um estudo realizado por pesquisadores da Harvard School of Public Health, dos EUA, constatou que mulheres adeptas a uma dieta rica em alimentos inflamatórios – principalmente corantes, aditivos, agrotóxicos, álcool, açúcar e gordura saturada – e de baixo valor nutricional são mais propensas a apresentar quadros de depressão. A pesquisa foi publicada em outubro de 2013 na revista Brain, Behavior, and Immunity. Por mais de 12 anos os pesquisadores conduziram um estudo prospectivo com 43.685 mulheres de 50 a 77 anos.

Ao final da pesquisa, os cientistas descobriram que mulheres que bebiam regularmente refrigerantes, comiam carne vermelha ou grãos refinados – além de consumirem raramente alimentos como vinho, azeite e legumes – eram de 29% a 41% mais propensas a serem deprimidas do que aquelas que fizeram uma dieta menos inflamatória. Isso acontece porque, de modo geral, alimentos que são benéficos à saúde física, também contribuem para aumentar a sensação de bem-estar. Pois podem contribuir para melhorar o humor, já que estimulam a produção de neurotransmissores, substâncias responsáveis por transmitir os impulsos nervosos.

Intestino, o segundo cérebro

O intestino é o órgão é responsável pela digestão, absorção e excreção dos produtos resultantes da alimentação. Quando ele passa a trabalhar de maneira incorreta, a absorção de nutrientes é comprometida, o metabolismo funciona de maneira mais lenta, o que pode prejudicar a saúde.

“Quando você modifica principalmente a flora intestinal, você produz alterações psíquicas e neurológicas”, justifica Georg Tuppy, o médico cardiologista. Com 100 milhões de neurônios dispostos do esôfago ao ânus, mais do que o resto do sistema nervoso periférico inteiro, o aparelho digestivo é, de fato, um segundo cérebro. Por isso ele é conhecido como sistema nervoso entérico, capaz de produzir neurotransmissores.

“Temos no intestino um sistema nervoso próprio, que produz serotonina e noradrenalina, esses neurotransmissores vão agir tanto no sistema nervoso digestivo como também no cérebro”, disse Tuppy em palestra no último Fórum da Paz, promovido pela Palas Atenas, no auditório do Masp, em São Paulo.

Segundo ele, cerca de 90% da produção de serotonina, o hormônio responsável pela sensação de prazer e bem-estar, acontece no sistema nervoso entérico. Dessa forma, é importante manter o cuidado e a preocupação com o bom funcionamento do órgão.

Diferentes visões

Cada uma do seu modo, as antigas filosofias, religiões e medicinas orientais tentam explicar essa relação há muito tempo. Essas tradições terapêuticas, que hoje se tornaram comuns, como é o caso da acupuntura ou da ayurveda, carregam em si algo altamente funcional e profundamente vinculado ao funcionamento do sistema nervoso entérico.

Imagem de uma mesa com produtos da culinária chinesa.
A medicina oriental também vê a alimentação como caminho para a cura

O fato dessas práticas permanecerem vivas é simples: elas carregam em si algo inegavelmente útil. Por exemplo, de acordo com o sistema de chacras, base da medicina hindu e da filosofia dos iogues, as emoções e o funcionamento dos órgãos estão intrinsicamente relacionados. Os sete pontos vitais que se alinham ao longo da coluna vertebral têm a importância de distribuir a energia que vem da respiração. A região da barriga abriga dois chacras importantes: o swadhisthana está ligado ao aparelho reprodutor, ao impulso sexual e às funções de desintoxicação; e o manipura pode ser definido como “a sede do poder de realização e do ego”. Se houver algum desequilíbrio energético e os chacras não funcionarem bem, sentimentos como medo, raiva ou angústia podem ficar retidos e os órgãos podem ter suas funções prejudicadas.

A medicina ayurvédica procura tratar a depressão de uma maneira integrada, na busca do equilíbrio do corpo como um todo, em vez de apenas tratar os sintomas de forma isolada. Segundo essa medicina, é na barriga que está localizado o agni, um fogo metabólico que processa não só comida, mas tudo que sentimos e experimentamos, bem como emoções, memórias e sensações. Se o agni é ou está fraco, toxinas e emoções se acumulam, gerando dor, suscetibilidade às infecções, fadigas e até depressão.

Já a medicina tradicional chinesa, considera a barriga como o “centro do homem”. Para essa tradição, a desarmonia pode vir de excessos alimentares ou emocionais. Os alimentos, portanto, têm propriedades capazes de alterar e modular os estados de humor. Nesse caso, a alimentação é tida como um instrumento de alegria para o corpo, para a alma e para o espírito.

Nutrientes que ajudam

Foto em perspectiva superior mostrando uma mesa de madeira com duas colheres de pau: uma preenchida com nozes e outra com quinoa. Ao lado há uma posta de peixe, um abacate cortado na metade e um dosador de azeite.
Abacate, salmão e nozes possuem nutrientes que contribuem com a sensação de bem-estar

Vitaminas do complexo B

Atuam na produção de energia e melhoram o bem-estar. Melhores fontes são: carnes vermelhas, arroz integral, aveia, linhaça, brócolis, abóbora e ovo.

Ômega 3

Conhecido como gordura do bem, o ômega 3 compõe a membrana dos neurônios, em especial, a bainha de mielina, uma estrutura que acelera a transmissão de informações. Melhores fontes são: salmão, sardinha, linhaça, ovo, azeite, chia e atum.

Vitamina C

Possui grande poder antioxidante, por isso, ameniza a ação dos radicais livres e combate a degeneração celular precoce. Promove o melhor funcionamento do sistema nervoso, garante energia, ajuda a combater o estresse e previne a fadiga. Melhores fontes são: acerola, morango, laranja, agrião, tomate, caju, mamão, limão.

Selênio

O mineral dá um impulso na atividade cerebral e também é um poderoso agente antioxidante. Além disso, contribui para amenizar os sintomas da depressão e auxilia na redução do estresse. Melhores fontes são: castanha-do-pará, amêndoas e nozes.

Cálcio

Ajuda a reduzir os processos de contração muscular e na transmissão dos impulsos nervosos. Melhores fontes são: leite, iogurte, queijo, gergelim, couve, brócolis.

Triptofano

O aminoácido é essencial para a produção de serotonina, neurotransmissor que exerce diversas funções no organismo, influenciando o estado de humor e proporcionando sensação de prazer e ao bem-estar. Por isso, o triptofano pode ser considerado um agente antidepressivo natural. Melhores fontes são: banana, melancia, mamão, grão-de-bico, semente de girassol.

Magnésio

O mineral fornece energia para o corpo e combate o estresse porque tem propriedades tranquilizantes naturais. Também é fundamental para a formação de serotonina. A deficiência de magnésio no organismo pode levar a quadros de ansiedade, irritabilidade e nervosismo. Melhores fontes são: soja, abacate, batata, uva, banana, castanha de caju.

Fotos: Thinkstockphotos


Recomendados
Funcionais

Alimentação natural para cachorro: como planejar o mês de compras

Uma das principais tendências de mercado é a al...

Funcionais

Cardápio funcional: uma alimentação rica em nutrientes

Confira os benefícios dessa dieta e algumas dic...