Afinal, o glúten faz mal realmente, ou este é um mito? Muitas pessoas dizem que a proteína engorda e procuram dietas sem glúten. Outras continuam consumindo alimentos com glúten sem relatar prejuízos.
Se essa é uma dúvida comum para você, saiba que a resposta é sim e não! O glúten faz mal para quem possui restrições alimentares. Mas em muitos dos casos não é o grande vilão da nossa saúde. Entenda melhor nesse artigo!
O glúten é uma proteína composta pela mistura de cadeias proteicas longas de gliadina e glutenina.
Para algumas pessoas, a ingestão de glúten faz mal porque pode interferir na permeabilidade do intestino (sua capacidade de interpretar a diferença entre nutrientes e substâncias tóxicas).
O principal problema de saúde relacionado à ingestão de glúten é a doença celíaca. Um distúrbio inflamatório crônico do intestino delgado que afeta cerca de 1% da população.
“Dieta sem glúten para perder alguns quilos em poucos dias”. Nos últimos tempos, manchetes como essa chamaram bastante atenção na mídia e influenciaram milhares de pessoas em busca de emagrecimento rápido.
A esmagadora maioria dos nutricionistas se posiciona contra esse tipo de fórmula mágica, que costuma ser perigosa. Isso porque pode alterar negativamente o hábito alimentar de seus adeptos.
Dessa vez, no entanto, a recomendação irresponsável pode acabar tendo um efeito positivo, mesmo que involuntariamente.
Por meio principalmente da farinha de trigo, o glúten está presente em grande quantidade de alimentos industrializados. cujo consumo em excesso pode acarretar problemas de saúde. Logo, em alguns casos, o glúten faz mal indiretamente e cortá-lo pode significar comer melhor.
“Temos de tomar cuidado com essa ideia de tirar o glúten porque emagrece. Emagrece porque parou de comer porcaria”, afirma a nutricionista clínica Ana Ceregatti, especialista em vegetarianismo.
Os alimentos que contêm glúten são, em sua maioria, feitos com trigo, no centeio, na cevada, no malte e na aveia.
Mas se essa proteína se concentra apenas em alguns cereais, qual é o motivo de tanta gritaria?
De acordo com a nutricionista funcional Carla Cotta, a razão para a polêmica é que a maior parte dos produtos industrializados contém farinhas como a de trigo, a qual, por sua vez, contém glúten.
Além disso, por conta de processos industriais, alguns alimentos sem glúten podem ser contaminados com a proteína.
“Um exemplo é o feijão, que não contém glúten, mas caso tenha contato através de um maquinário empacotador que tenha embalado cereais e farinhas com glúten, pode ser contaminado”, alerta.
Muitos afirmam que o glúten faz mal porque pode engordar. Sejamos justos: a proteína está sim relacionada à perda de peso. Entretanto, apenas indiretamente.
Para Ana Ceregatti, as pessoas que resolvem fazer uma dieta sem glúten acabam emagrecendo em razão da redução do consumo de alimentos industrializados, especialmente os ricos em carboidratos, como pães, pizzas, massas e doces.
“A hora que sai nas revistas ou nos programa da televisão que fulana está fazendo a dieta do glúten e perdeu 50 quilos, isso tudo é porque o hábito alimentar foi alterado. Ela parou de comer a esfiha, a pizza, o pão francês, a bolachinha, tudo isso.” afirma Ceregatti.
“E aí os substitutos sem glúten são muito mais caros, então a maioria das pessoas acaba não comendo isso e emagrecem, mais isso ocorre porque essas pessoas alteraram muito seus hábitos alimentares”, explica.
Apesar de todos esses casos estarem relacionados à proteína apenas indiretamente, o glúten faz mal de fato para a parcela da população que sofre da doença ou de intolerância ao glúten.
A doença celíaca é um distúrbio inflamatório crônico do intestino delgado ativado pela ingestão do glúten. Ela também é chamada por muitos de intolerância ao glúten.
“Os portadores desta doença autoimune possuem uma incapacidade de digerir essa proteína, que machuca a mucosa do intestino e começa a dar uma série de alterações intestinais”, afirma Ceregatti.
A causa da doença celíaca não é clara, mas acredita-se que ela tenha um componente genético, então é recomendado que pessoas da mesma família investiguem se possuem ou não a patologia.
O diagnóstico deste tipo de intolerância ao glúten é feito por exames de sangue e biópsia intestinal.
Para os portadores de doença celíaca, o glúten faz mal para o funcionamento do intestino. Neste sentido, manifestações da doença celíaca incluem:
Com o passar do tempo, caso não seja tratado adequadamente, um bebê ou uma criança com doença celíaca podem apresentar sinais de má nutrição de proteínas e de energia como:
O tratamento da doença celíaca exige a exclusão definitiva de qualquer produto que contenha glúten.
Além da doença celíaca, o glúten faz mal para algumas pessoas que podem apresentar um tipo de sensibilidade menos grave, mas que também provoca atrofia da mucosa intestinal: a intolerância ao glúten.
O diagnóstico da intolerância a glúten também é necessário. “É importante passar por avaliação com um profissional de saúde e fazer um rodízio de alimentos com e sem glúten para investigação mais aprofundada de sinais e sintomas”, orienta a nutricionista Carla Cotta.
Para Ana Ceregatti, as pessoas com sensibilidade ao glúten não precisam restringir o consumo da proteína em 100%, como ocorre nos casos daqueles que sofrem da doença celíaca. Pessoas mais sensíveis ao glúten devem tomar uma série de cuidados.
“Não é que ela não tenha capacidade de digerir, é que o organismo dela, por alguma razão, reage como um agressor. Então, em doses pequenas, a pessoa consegue até tolerar um pouco, mas ela vai ter que ficar predominantemente sem glúten”, afirma Ceregatti.
Agora você sabe em que situações o glúten faz mal, o que há de verdade e mito nas dietas sem a proteína e quais são os casos em que ela é mesmo contraindicada.
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