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Mel: o doce sabor da saúde

Conheça as propriedades, os benefícios e as vantagens desse rico alimento milenar produzido pelas abelhas
Da redação
27/09/19

Muitos produtos entram e saem dos hábitos alimentares das pessoas. Algumas vezes por revelarem propriedades emagrecedoras; outras, por virarem vilões da saúde ou até mesmo por deixarem de ser moda. Quanto a isso, o mel é um sobrevivente. Há evidências da participação dele na dieta dos seres humanos desde a pré-história. Hoje, seu uso vai muito além do culinário. Seus benefícios para a saúde o consolidaram também no mercado farmacêutico e estético.

Limão com mel

A excelência do mel se deve muito às suas propriedades terapêuticas. A apiterapia (a utilização de produtos das abelhas para fins terapêuticos), além de prover energia através da riqueza do mel em frutose e glucose, também é recomendada para auxiliar em tratamentos de enfermidades respiratórios como gripe, asma e bronquite. O mel também tem um grande potencial antioxidante. Seu uso misturado com frutas cítricas ricas em vitamina C, como acerola, laranja e limão, potencializa a ação da vitamina. Daí a vantagem de tomar chá de limão com mel para tratar uma tosse ou de adoçar o suco de laranja com uma colherzinha de mel e não com uma de açúcar comum.

Cada tipo do mel depende de vários fatores para ser definido, por isso as propriedades terapêuticas e medicinais popularmente ou cientificamente atribuídas a ele podem variar um pouco. "Existem diversos estudos a respeito das propriedades, desde contra um simples resfriado até prevenção contra o de um câncer. No mais, sabemos que faz bem do mesmo jeito.", argumenta Flavio Yamamoto, gestor ambiental e fundador da ONG SOS Resgate de Abelhas Sem Ferrão

Em todo caso, basicamente todos os méis apresentam propriedades cicatrizantes, antissépticas, antibacterianas, antimicrobianas, emolientes, antianêmicas, digestivas, laxativas e diuréticas.

Segundo o site da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a população brasileira, de maneira geral, usa mais o mel como um medicamento do que como alimento. Em função disso, o consumo é ainda é muito baixo comparado ao de outros países, como os da Europa e os da África.

A composição do mel é basicamente feita de açúcares e água. Em proporções menores e dependendo da fonte floral que o originou, ele pode apresentar diferentes proporções de proteínas, ácidos e minerais, sendo, entre esses, o potássio o de maior presença.

Abelhas e tipos de mel

As abelhas são as responsáveis pela produção do mel. Elas geram enzimas que ao reagirem com o pólen coletado nas flores formam o alimento nas colmeias. Além disso, esses insetos são os principais agentes da manutenção da diversidade genética das plantas, por isso é tão importante preservá-las.

O tipo do mel produzido depende de vários fatores: da espécie de abelha que faz a polinização, do ambiente em que elas se estabelecem, da estação do ano e da origem botânica das plantas. Além das quantidades de elementos da sua composição, o mel pode variar na cor, no aroma, na textura e, principalmente, no sabor.

"Consideramos o mel como vinho: um tipo de abelha pode fazer mais de um tipo de mel, pois isso varia conforme a região. Considerando que existem mais de 300 espécies de abelhas sem ferrão apenas no Brasil, podemos imaginar a gama de opções que se podem experimentar: infinitas", explica Yamamoto.

Com essas abelhas originarias do Brasil, a diferenciação do mel também depende da florada, mas como essas espécies são acostumadas com o alimento disponível, pois são normalmente criadas em pequeno volume próximas às áreas de mata com grande variedade de néctar, não existe florada predominante na produção. Dessa forma, as diferenças no mel das abelhas nativas melíferas se estabelecem mais pela espécie que o produziu.

“No âmbito do mel de abelhas convencionais – aquelas do gênero Apis, que foram introduzidas nos biomas brasileiros – as variações no mel se dão pela florada predominante daquele lote de produção. De acordo com a época do ano e da disponibilidade de alimento, o mel assume a característica do néctar coletado”, explica Bruno Zucato, coordenador executivo do Instituto Atá, idealizado pelo chef Alex Atala, que também tem um projeto de resgate de abelhas nativas.

Zucato conta que as floradas mais comuns usadas pelas abelhas convencionais na produção brasileira de mel são de laranjeira, eucalipto, cipó-uva e o mel silvestre, originário de um produto sem florada predominante, em geral na primavera. Além dessas, outras inúmeras floradas menos utilizadas conferem suas próprias características ao mel, como alecrim, marmeleiro, cajueiro etc.

Para Yamamoto, outro fator que influencia na qualidade do mel é o tipo de solo do local onde as abelhas do enxame visitam, já que cada tipo de solo fornece mineirais diferentes às plantas. "Consequentemente, as plantas com flores, oferecerão néctar com estes sais minerais do local. O néctar consumido pelas abelhas será transformado em um tipo de mel. Portanto, cada região pode fornecer um tipo de mel diferente, mesmo sendo do mesmo tipo de abelha", explica Yamamoto. O estresse do enxame também foi outro fator citado pelo gestor ambiental. "Porém, não sabemos de nenhum estudo científico à respeito desta questão até o momento", completa.

Abelha em favo de mel

Mel puro

“A qualidade da seiva, do ar e da água disponíveis impactam diretamente a qualidade do mel. Por isso, faz sentido se preocupar com o mel produzido em larga escala, que usa de uma fonte de alimento especificamente tratada com defensivos agrícolas, como é o caso das plantações de laranja que as abelhas usam para produzir o mel de laranjeira”, alerta Zucato. Portanto, a qualidade do mel também depende de onde ele é produzido.

“É corrente a informação que há muita fraude na produção de mel, e mesmo algumas práticas usuais que deturpam sua qualidade, como a adição de açúcar invertido, a qual barateia o processo e dificulta o processo de cristalização natural do mel. Como ele é produto natural, de origem animal, a procedência é o aspecto fundamental para garantir sua qualidade. Optar por um produtor pequeno, mas de confiança, pode ser a melhor estratégia para garantir que aquele mel provenha de abelhas que coletaram néctar num ambiente sadio”, completa.

Zucato também fala sobre a prática da apicultura como um determinante na qualidade do mel. “É uma atividade bastante convencional, utilizada por muitas pessoas inclusive como renda extra", afirma. Segundo o ambientalista, em razão do papel polinizador, as abelhas são muito utilizadas "por agricultores para, a um só tempo, aumentar a produtividade da lavoura e a renda da família”. Segundo ele, adquirir mel de pequenos produtores, preferencialmente orgânicos e em feiras, é uma boa maneira de garantir que o produto seja puro, com qualidades e sabor. Além disso, a compra direta com pequenos produtores auxilia no aspecto socioambiental da região em que o mel foi produzido.

A opinião de Yamato é parecida com a de Zucato: "Acreditamos na agricultura orgânica e familiar como solução para muitos problemas de falta de alimento no planeta, assim como a diminuição de uso de pesticidas. Como a maioria dos pequenos produtores não alimenta suas abelhas artificialmente, ele acabam retirando um mel 100% proveniente de flora e não de xarope".

Usos e benefícios do mel

O mais popular uso do mel é como adoçante, pois ele tem capacidade edulcorante superior ao açúcar comum, além de ser menos calórico. O mel também diminui a percepção de salinidade e acidez dos alimentos. Além da função culinária, o produto é largamente usado na indústria química, farmacêutica e de cosméticos. "Existem algumas variantes de uso do mel, como fins estéticos até arte. Recentemente o fotógrafo Blake Little fotografou pessoas sendo cobertas de mel", exemplificou Yamamoto.

Na parte estética o seu poder hidratante faz dele um ingrediente ideal para cremes e máscaras faciais, como essa com aveia elaborada pela doutora Christiana Moron, da Ayni Saúde, para o Portal NAMU.


Fotos: Purple Sherbet Photography /  Flickr / CC BY 2.0; Peter Shanks /  Flick  / CC BY 2.0


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