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Emagrecer

Dieta da proteína: o que é?

Especialistas falam sobre os riscos e benefícios que a dieta da proteína, métodos Dukan e Atkins, provocam no organismo
Da redação
27/09/19

“Vocês não vão acreditar: comecei a dieta da proteína há dois dias e, para minha felicidade, já perdi três quilos”.

O depoimento, que pode parecer surpreendente para quem não consegue emagrecer é, na verdade, comum em grupos nas redes sociais. Inclusive, ele se refere às duas dietas proteicas mais populares atualmente: Atkins e Dunkan.

Mas, por que elas chamam tanto a atenção e quais são seus reais riscos e benefícios? Confira no artigo a seguir.

Por que dieta da proteína?

Emagrecer rápido e sem passar fome é o sonho de quem vive em crise com a balança. E essa é a promessa da dieta da proteína criada pelo médico e nutricionista francês Pierre Dukan. De acordo com o método, é possível perder de 2 a 3 quilos na primeira semana com uma alimentação composta apenas por proteínas magras no estágio inicial da dieta.

o que é dieta da proteína

Com proposta semelhante, a dieta da proteína elaborada nos anos 1960 pelo cardiologista norte-americano Robert Atkins também defende a redução drástica de carboidratos, principalmente na fase inicial.

Mas, ao contrário da Dukan, ela não restringe o consumo de formas mais pesadas de proteínas e libera os alimentos com maior teor de gorduras. Essa é a razão pela qual a Dukan é, por vezes, considerada uma versão mais “leve” de Atkins.

Corpo e metabolismo

A dieta da proteína de Dukan recomenda, no mínimo, 20 minutos de caminhada por dia como complemento à reeducação alimentar. Enquanto isso, a Atkins não faz menção às atividades físicas. Porém, a finalidade de ambas é aumentar o consumo de proteínas em detrimento de carboidratos.

Essa estratégia estimula o metabolismo a utilizar reservas de gordura como fonte de energia. Além disso, acelera o emagrecimento e prepara o corpo para as etapas seguintes, em que alimentos como farinhas e grãos voltam gradualmente ao prato e o emagrecimento ocorre de forma mais lenta para atingir o ponto ideal de manutenção.

Consumir vegetais é importante para manter o metabolismo funcionando nas dietas à base de proteínas

Pode ou não pode?

Nas dietas proteicas Dukan e Atkins, a restrição de certos alimentos depende de condições pessoais e da divisão em etapas dos programas. Nas fases iniciais (“ataque” na Dukan e “indução” na Atkins) a alimentação torna-se quase que exclusivamente proteica. Afinal de contas, não é permitido o consumo de carboidratos e doces.

Na dieta da proteína de Dukan, devem ser ingeridos alimentos como carnes, ovos, peito de peru, iogurte natural e farelo de aveia, ambos sem adição de gordura. Essa recomendação faz parte da primeira etapa. Nela a perda de peso, de acordo com participantes, é visivelmente maior.

Na segunda etapa (“cruzeiro” na Dukan e “equilíbrio” na Atkins), entram alguns legumes e verduras. Entre eles, tomate, pepino, rabanete, alface, aipo, berinjela, abobrinha e cogumelos. As frutas, porém, são permitidas apenas na terceira fase (“consolidação” em Dukan e “pré-manutenção” na Atkins). Inclusive nessa fase também são permitidos carboidratos integrais e alguns queijos.

Finalmente, na etapa destinada a manter o resultado, (“estabilização” na Dukan e “manutenção contínua” na Atkins), recomenda-se ingerir carnes magras. Além disso, três porções de frutas e três colheres de farelo de aveia por dia. Doces e carboidratos refinados são permitidos, mas com limitações.

É saudável?

Há muitas controvérsias entre os nutricionistas em relação à quantidade de proteínas considerada saudável para ingestão diária. Embora o consumo sugerido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) seja 0,8 g/kg de massa corporal, alguns especialistas defendem que a meta pode ser ultrapassada sem prejuízo à saúde, desde que harmonizada com outros grupos alimentares.

A nutricionista especializada na dieta paleolítica com baixo teor de carboidratos (low carb) Polyana Rossi afirma que é possível ingerir entre 2,0 g e 2,5 g de proteína por quilo de peso corporal, desde que balanceada com outros alimentos saudáveis.

“A dieta paleolítica, por exemplo, não é composta somente por proteínas. Mas também por gorduras, sais minerais, vitaminas, fibras, água e poucos carboidratos, isso conforme necessidade do paciente”, afirma a nutricionista.

Entre os prós e contras da dieta da proteína, Rossi enxerga de forma positiva a redução de carboidratos no cardápio, desde que feita por um curto período e acompanhada por um profissional especializado. Segundo a especialista, “reduzi-los não oferece riscos à saúde e beneficia a redução de peso, a disposição, o sono e a concentração”.

Dieta da proteína: impacto no corpo

Para emagrecer de maneira saudável e eficaz é preciso manter uma alimentação rica em frutas e hortaliças cruas.

Para a nutricionista e professora coordenadora do curso de Nutrição da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Selma Sanches Dovici, a ingestão de proteínas acima dos 0,8 g/kg de peso corporal é prejudicial, principalmente para indivíduos com predisposição ao desenvolvimento de doenças hepáticas e renais.

A nutricionista alerta também que há riscos mesmo para quem não apresenta predisposição para esses problemas. Selma ainda afirma que “indivíduos que escolhem dietas ricas em proteínas têm, normalmente, consumo calórico, proteico e lipídico aumentado”.

“Também têm maior propensão ao acúmulo de ácido úrico, de gorduras saturadas, gorduras trans e colesterol. E isso, é claro, aumenta a chance do desenvolvimento de doenças ligadas às doenças cardiovasculares, como gota e dislipidemias”, conclui a nutricionista.

Falta e excesso

A nutricionista especializada em alimentação vegetariana Ana Ceregatti avalia que o problema da dieta da proteína não está não apenas na ausência de carboidratos, mas também no excesso proteico.

dieta da proteína

“Quando a pessoa negligencia carboidratos na dieta, o organismo tende a procurar fontes de energia. Então, em vez de retirá-la dos tecidos gordurosos, passa a eliminar a musculatura corporal. Inclusive, o risco é grande também para alguns órgãos vitais. Isso porque o fígado trabalha muito mais com a elevada carga de proteína não assimilada pelo corpo, e os rins, por serem os responsáveis por eliminar o excesso de aminoácidos, ficam sobrecarregados”, explica.

Para quem quer emagrecer de maneira saudável e eficaz, Selma Dovici afirma que a dica é manter uma alimentação rica em frutas e hortaliças cruas, com carboidratos integrais, tubérculos e pouca carne vermelha. Também é possível adicionar no cardápio laticínios desnatados, feijões de todos os tipos e a quantidade mínima de açúcares e gorduras.

“Ao adotar esse padrão alimentar saudável, as pessoas percebem que o peso naturalmente volta ao normal. Além disso, o organismo funciona de modo mais harmonioso, a mente trabalha com mais facilidade e o sono é melhor. Ficamos até mais bonitos, porque a pele e o cabelo refletem a saúde”, declara a nutricionista.

Dieta da proteína: precisa ser só carne?

Ao contrário do que parece, nem só de carne vive a dieta da proteína.

Dentro da modalidade Atkins, por exemplo, há quem praticamente não consuma alimentos gordurosos e de origem animal. Trata-se de uma modalidade chamada de Eco-Atkins, explica Ana Ceregatti. “É uma dieta que, como a Atkins, tem alto consumo proteico e por isso não a recomendo”, reforça.

Para aqueles que por razões clínicas ou esportivas acreditam que devem aumentar o percentual de proteínas na alimentação e não consumir gorduras animais, Ceregatti recomenda que, em substituição à carne, seja priorizado o grupo vegetal com quantidade mais significativa delas – o dos feijões.

“Uma concha por dia de qualquer tipo de feijão fornece a quantidade de proteínas recomendada pela OMS”, finaliza a nutricionista.

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