Sem tempo para ler o artigo "Suco de caixinha: conheça os perigos"? Que tal OUVIR esse texto? Aperte o play abaixo e ouça o post.
Você gosta de suco de caixinha? Ou só toma porque não tem tempo de fazer um bom suco natural? Nós entendemos. Entretanto, existem riscos à saúde que vale a pena considerar.
Afinal, ninguém duvida que, depois da água, os sucos de frutas e os chás naturais estão entre as melhores opções de bebida. E os sucos naturais lideram a lista de mais adequados à hidratação do organismo.
Porém, com a justificativa de falta de tempo, ou mesmo da preguiça, somos impedidos de retirar o processador de alimentos ou o espremedor de frutas do armário e fazer sucos frescos e saudáveis, nos levando a optar pelo suco de caixinha.
Neste artigo, você vai compreender os riscos do suco de caixinha e de outras bebidas industrializadas. Além de aprender quais cuidados precisa tomar ao fazer suas compras.
Os supermercados trazem uma infinidade de opções para alimentar a preguiça em todos nós e saciar nossa sede. A vasta oferta de caixinhas e garrafas disponíveis nos induzem a optar pelos sucos industrializados.
O maior problema do suco de caixinha como uma opção mais prática não é o fato de ser natural ou não, mas o teor de açúcar adicionado a essas bebidas, sem mencionar outros aditivos, como corantes, aromatizantes e conservantes.
No Brasil, os sucos de caixinha têm uma restrição quanto ao teor máximo de açúcar adicionado de 10% do total em peso. Nesses casos o rótulo deve registrar a expressão “suco adoçado”.
O Ministério da Agricultura determina ainda que a quantidade de açúcar utilizada na produção de refresco, refrigerante, bebida composta, chá pronto e soda não deverá exceder a seis gramas por cem mililitros da bebida.
“Os sucos de caixinha mais enganam que ajudam, pois vendem a falsa ideia de um produto mais saudável, no entanto, possuem pouco ou quase nada de polpa de fruta e ainda têm adicionados muito açúcar e conservantes”, diz Aline Flores, nutricionista de Curitiba.
O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) listou em uma pesquisa dez produtos que não contêm o teor de fruta exigido por lei. Foram testadas em laboratório 31 amostras de sete marcas em diferentes sabores.
Nesse sentido, a pesquisa teve como objetivo analisar os requisitos de qualidade e identidade previstos na Instrução Normativa (IN) nº 12/2004 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Segundo a norma em vigor, o percentual mínimo de fruta varia de 20% a 40%, de acordo com o sabor do néctar.
A melhor opção ao suco de caixinha é o suco natural, aquele que é feito na hora a partir da fruta e sem a adição de água ou açúcar. Entretanto, ele pode não ser o ideal para quem quer controlar o peso.
Por ser mais concentrado, o suco de fruta traz mais calorias. Além disso, frutas como uva, pêssego, goiaba e laranja têm índice glicêmico alto (liberam rapidamente açúcar no sangue), o que dificulta o controle do diabetes.
Apesar de possuir teores de nutrientes uniformizados no processamento, o suco de caixinha também pode se tornar uma opção calórica. Se a ideia é manter ou perder peso, prefira os sucos com baixas calorias.
Para saber o que tomar, basta checar os teores nos rótulos do suco de caixinha. A nutricionista Aline Flores dá conselhos práticos: “Quer economizar em calorias, opte por bebidas à base de adoçante. Quer tomar um suco saudável com bons nutrientes sem estar tão ligada nas calorias, vá de sucos naturais, explica”.
Ainda assim, é preciso cuidado e verificar qual adoçante está sendo usado no seu suco de caixinha.
O uso de adoçantes artificiais também deve ser bem pesado pelo consumidor. Os efeitos de vários deles em humanos ainda não foram completamente estabelecidos.
Enquanto, por exemplo, os Estados Unidos proíbem o ciclamato sódico, o Brasil permite o uso. Para os norte-americanos, há indícios de que o produto pode causar alterações genéticas e atrofia testicular, sendo ainda contraindicado para hipertensos e portadores de problemas renais.
No Brasil, o consumo de refrigerante e suco de caixinha, além de bebidas açucaradas, está levando a uma espécie de epidemia de obesidade na adolescência, seguindo um padrão já conhecido nos Estados Unidos.
O consumo de leite cai à medida que as crianças crescem e aumenta a ingestão de sucos e refrigerantes, comprova uma pesquisa brasileira que mostra a repetição do padrão norte-americano de escalada da obesidade.
Os resultados destacam que entre os adolescentes de 11 a 17 anos, a maior parte das calorias consumidas vem de refrigerante ou suco de caixinha, representando uma média diária de 207 quilocalorias (kcal), ou 42% do total de calorias obtidas apenas pelo consumo de líquidos.
Bebidas açucaradas ficam em segundo lugar, com índices entre 37% e 45% de calorias nos grupos de 3 a 6 anos, e de 7 a 10 anos, respectivamente.
Entre crianças de 3 a 10 anos, o estudo levantou que leite e derivados estão entre os líquidos mais consumidos.
A pesquisa mostra ainda que o consumo de água se manteve em 30% em todas as faixas de idade, quando deveria ser de pelo menos 60%.
As bebidas doces aumentam sua participação nos hábitos diários à medida que a criança cresce, chegando a representar, sozinhas, 15% de toda a demanda calórica diária do organismo, no caso dos adolescentes, caindo para 12% entre sete a dez anos e 8% de 3 a 6 anos.
A volta ao consumo de água, chás não industrializados e sem açúcar ou sucos naturais está entre as soluções para deter o avanço da obesidade em nossa sociedade. Mas como diferenciar e encontrar os sucos menos danosos?
Para começar, é importante decifrar os rótulos. O Ministério da Agricultura obriga os fabricantes a declarar no rótulo se a bebida é suco, suco tropical, néctar, refresco ou refrigerante.
O teor de suco de fruta presente na bebida é o principal ingrediente dessa classificação. O suco ou sumo é mais concentrado, com 100% de fruta. Pode ou não ter açúcar adicionado.
A quantidade máxima permitida de açúcar no suco de fruta é de 10% da composição e o rótulo deve alertar com a frase “suco de fruta adoçado”. Não pode conter conservantes ou corantes.
No caso dos sucos de frutas tropicais, a polpa da fruta pode ser diluída em água, com no mínimo 35% de polpa. O suco tropical contém polpa ou suco concentrado de fruta tropical, como por exemplo:
A expressão “suco pronto para beber” pode ser usada para o suco tropical quando for adoçado.
A quantidade mínima de polpa de fruta é de 50%, com exceção de casos em que a fruta tem acidez alta, conteúdo de polpa muito elevado ou sabor muito forte - como maracujá, cupuaçu ou graviola - em que são admitidos até 35% de polpa.
Os néctares contêm uma concentração menor de polpa de fruta, variando de 20% a 30% conforme a fruta. O néctar pode receber corantes e conservantes.
Já o refresco é uma bebida sem gás e não fermentada, com entre 2% e 10% de suco, polpa ou extrato vegetal de fruta diluída em água potável, com a adição de açúcar.
No caso do refresco de limão, esse percentual é de, no mínimo, 5%; no de maracujá, 6%; e no de maçã, 20%. Não é preciso conter fruta in natura em sua composição, mas, neste caso, deve trazer no rótulo a expressão “artificial” ou “sabor de”.
O refrigerante de fruta é o mais diluído, mas ainda contém um teor mínimo de suco de fruta.
Quando a bebida tiver dois ou mais sucos, precisa conter, pelo menos, 30% para ser embalada como néctar ou 10% para refrescos. Um néctar de abacaxi, laranja e maracujá, por exemplo, deve ter, no mínimo, 30% de suco em qualquer proporção entre as três frutas.
Os mercados oferecem outras opções além do suco de caixinha para quem busca praticidade na hora de fazer um suco: os desidratados (aqueles que vêm em pozinhos para adicionar água) e as polpas concentradas e congeladas.
Nesses casos, a contagem de calorias não é o fator mais importante a verificar. Os pozinhos podem até trazer menos açúcar, mas a lista dos demais ingredientes adicionados leva à pergunta: afinal, onde está a fruta? Em geral eles têm até 1% de polpa de fruta.
Apesar de parecer uma opção melhor, as polpas congeladas também merecem atenção. Saber a origem é muito importante e a rotulagem é fundamental para saber se houve ou não adição de açúcar. Além disso, a água usada em seu processamento deve ser de boa qualidade.
A validade do produto também é menor, já que o processo de congelamento torna a fruta mais suscetível à oxidação.
Outras técnicas de conservação que são adotadas na fabricação de sucos de frutas, como a pasteurização e o congelamento, também trazem a perda de nutrientes e de propriedades da fruta como efeitos colaterais. Eficientes em controlar a presença e proliferação de micro-organismos, esses métodos interferem nas propriedades naturais das frutas.
Já os orgânicos, são ótimas opções por não terem nenhum conservante adicionado. Porém, a tendência é que durem menos que os outros tipos de suco.
Assim, antes de colocar a próxima caixinha ou garrafa de suco no seu carrinho de compras leia atentamente a embalagem. Decifrar os rótulos é a melhor arma do consumidor consciente.
Alimentar-se bem pode ir além de encontrar opções ao suco de caixinha. Que tal caprichar na escolha de todas as suas refeições?
Aprenda todos os segredos em nossos cursos de alimentação saudável. São várias opções disponíveis para você assistir onde e quando quiser.