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Cristã

Meditação cristã: como surgiu e como praticar

Meditar sobre a vida de Jesus é um fio que liga as mais diferentes tradições
Da redação
04/10/19

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Meditar é um ato essencialmente cristão e isso pode ser surpreendente para quem associa a palavra com yoga ou práticas orientais nunca pensou que a meditação cristã pudesse ser possível. Porém, a prática da meditação cristã é algo que os monges faziam poucos séculos depois de Cristo. A própria palavra é a causa desse mal-entendido em razão de ter adquirido vários significados ao longo dos séculos.

Originalmente ela vem de medesthai, que em grego significa "estar atento" e "pensar sobre". Dessa raiz vieram palavras que hoje parecem distintas, mas são ligadas como galhos de uma árvore: medir, medicar, médico, moderar e meditatio, que em latim refere-se à prática ou exercício contemplativo. 

Quer saber mais sobre a meditação cristã? Então confira o artigo que preparamos especialmente para você!

Princípios da meditação cristã

O fundamento da meditação cristã é contemplar diferentes aspectos de Deus, de Jesus e da filosofia do próprio cristianismo em relação a ela mesma. Para praticar, não é necessário sentar em uma posição especial ou respirar de maneira específica. Isso porque na meditação cristã o importante é elevar o pensamento a Deus e ao divino.

Como em toda prática meditativa, o fundamental é exercitar a focalização da mente em um ponto – nesse caso, em um assunto. A insistência no que é proposto ajuda quem medita a se aprofundar e encontrar uma verdade interior que o conduz à presença de Deus.

ensinamentos da meditação cristã

Origem do termo meditação

A partir do século 19, o uso do termo meditatio para se referir às práticas contemplativas que chegaram ao conhecimento dos europeus fazia menção a uma técnica que os cristãos já praticavam há séculos. E embora fossem feitas de forma diferente às dos orientais, eram similares no conjunto.

Oração da união

Teresa de Ávila escreveu sobre “As cinco mansões de Deus”, uma jornada de meditação. Ela descreve um estado parecido com a oração em que as palavras e a conversa com o divino cessam naturalmente e dão espaço a uma sublime comunhão.

No início da meditação cristã, a pessoa pede, com o coração ardente em fé, que possa entrar nas Mansões onde habita o sagrado. Então, as palavras dão espaço a um silêncio mental, embora a intensidade e o ardor da vontade de estar na presença de Deus continuem.

Quietude

O segundo estágio da meditação cristã é a “Oração da quietude”. Ela fornece uma sensação de extraordinária paz e quietude, seguida de uma crescente certeza do contato com Deus e a alegria de estar em Sua Presença. O terceiro estágio é a Oração da União, descrito assim por Teresa de Ávila:

“Uma união da alma com Deus, acompanhada da certeza Dele estar em nossa Alma, e a suspensão de todas as atividades internas. Não há distrações porque a alma está absorvida em Deus. Não há fadiga, não importa o quanto a união dure, porque ela não resulta de esforço, mas de alegria. À alma resta apenas zelo ardente para glorificar a Deus; desapego de todas as coisas, perfeita entrega, e grande caridade.”

A experiência mística de união com Deus, o Criador de Tudo, é também o objetivo da meditação oriental dos indianos. Entretanto, para a maioria dos teólogos cristãos, a união da alma com Deus se dá pela proximidade do Espírito Santo.

Meditações de Ignácio de Loyola

Santo Ignácio de Loyola, o fundador da Companhia de Jesus, da qual o Papa Francisco faz parte, criou uma série de exercícios espirituais meditativos usados por cristãos desde 1548.

O exercício contemplativo é dividido em quatro semanas, que se tornam mais intensas quando praticadas em sequência. Ele menciona meditações cristãs sobre a natureza do mundo e do homem, a relação do ser humano com Jesus e Deus, e a vida de Cristo.

Retiro

Na primeira semana, normalmente em um local isolado, a pessoa contempla o pecado e a natureza humana. O sentimento de desassossego e fraqueza que aparece nessa etapa cria uma sede por harmonia e uma busca por soluções. Na segunda semana, a meditação cristã é feita em torno da vida de Jesus. Na terceira, o foco é a paixão de Jesus e o seu amor por nós.

A última semana representa a alegria da ressurreição de Cristo, a redenção e a esperança que disso vêm. É recomendado que um mentor experiente acompanhe o progresso do meditador, guiando-o e aconselhando-o. Assim, é possível elucidar as experiências internas que acompanham esse exercício.

 

Objetivo da meditação cristã de Inácio de Loyola

Na meditação cristã de Inácio de Loyola, o objetivo é encontrar o que ele chama de consolação, que nesse contexto significa algo profundo. Trata-se da certeza da presença de Deus, de estar alinhado com a Sua Vontade. Também da certeza de realizar Sua Obra e ser adequadamente protegido e infinitamente amado.

O que se busca, como é tradicional entre os membros da Companhia de Jesus, é aplicar na prática as descobertas e transformações resultantes da meditação para dar à vida uma nova perspectiva.

Outras técnicas de meditação cristã

Meditar sobre a vida de Jesus é um fio que liga as mais diferentes tradições do cristianismo. A prática se concretiza ao escolher um episódio ou aspecto histórico do messias e refletir longamente sobre ela. 

E embora as técnicas apresentadas até aqui sejam consideradas válidas por todos os cristãos, existem outras que também merecem a nossa consideração, veja a seguir:

Meditação cristã pela força das palavras

Outro método bem difundido atualmente é a emulação do que os orientais realizam com os mantras, ou seja, a meditação com uma palavra repetida por um longo período. Também nesse método é necessário sentir, e não apenas repetir. As palavras utilizadas podem ser várias e em língua coloquial se necessário: graça, amor, perdão, entrega, fé, aceitação, ou, redenção.

Em cada repetição, o meditador procura primeiro encontrar o conceito em si, depois sentir a dimensão divina. E ao fim unir-se a aquilo em que medita: a graça e o meditador tornam-se um só.

Visão protestante

Os quacres, cristãos protestantes que recomendavam a simplicidade na vida e o retorno às raízes bíblicas da fé, meditam na Luz Divina que emana de Deus e de tudo aquilo que vem de Deus. Eles baseiam-se na passagem bíblica de João 8:12. No trecho, Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida”.

A intenção dos quacres é encontrar essa luz em si mesmos. Eles dizem: “É no silêncio que começa a brilhar a luz interior”. Trata-se então, de realmente de meditar, visualizar, conectar-se com essa intensa luz e não apenas à sua metáfora.

Pensar ou meditar?

É perfeitamente possível meditar com base em um dos mistérios da fé, como a natureza do Espírito Santo ou a graça de Deus. A diferença entre apenas pensar sobre o assunto e realmente meditar consiste em estar presente e sentir plenamente aquilo que se pensa.

Ao meditar sobre a vida de Jesus na Galileia, por exemplo, a pessoa irá se concentrar em sentir a simplicidade da vida de Jesus. Os caminhos de poeira por onde andava, os perigos que enfrentava, a carência aguda. Ainda, a ignorância do povo e o amor do messias pelas pessoas. 

Dessa forma, o meditador não irá apenas refletir. E sim, efetivamente sentir em si o amor, a simplicidade e o desapego como se ali estivesse, ombro a ombro com o Cristo.

Objetivos da meditação cristã

Para a maioria dos cristãos ao longo dos séculos, o objetivo da meditação cristã não era relaxar, mas alinhar-se com a Vontade de Deus. Embora paz e serenidade sejam frequentemente efeitos da meditação, eles não são o principal. Afinal, o meditador intenta ser uma pessoa melhor em si mesmo e em suas ações no mundo.

Assim, ao realinhar-se periodicamente com Deus e ao buscar o silêncio e a Presença Divina, o cristão se esforça para ser um agente na quietude interna, reafirmar a Vontade Sublime e sentir o Amor Divino por todas as coisas e toda a criação.

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