De acordo com o mindful eating, existem 9 tipos de fome diferentes. Quem nunca teve fome ao sentir um cheiro gostoso ou ao olhar para aquele prato cheio de alimentos apetitosos?
O ser humano é muito instintivo e acaba por fazer opções baseadas no que vê, sente ou toca, e isso também acontece com a fome.
“A gente tem 9 tipos de fome, que são a fome do olho, da boca, do nariz, do tato, do ouvido, do estômago, das células, da mente e do coração”, declara a nutricionista Luiza Camargo. Veja a entrevista:
Muitas vezes as pessoas não sabem como discernir entre os diferentes tipos de fome e, por isso, acabam por negligenciar o que realmente o corpo precisa.
Neste sentido, o mindful eating propõe um consumo consciente, por meio de práticas de meditação mindfulness, resultando gradualmente em uma alimentação saudável.
Segundo o mindful eating, a sensação de fome pode estar ligada a saciedade dos cinco sentidos, o que evidencia a importância de os alimentos serem atraentes, além de nutritivos.
Além disso, questões emocionais tendem a influenciar o nosso comportamento durante as refeições. Por isso, a compreensão dos tipos de fome pode auxiliar na alimentação consciente e tratamento de sintomas de compulsão alimentar.
A fome dos olhos é aquela estimulada pela visão, é olhar para aquele prato bonito e pensar: “nossa, deve estar muito bom”.
Na hora de comer, as formas, cores, texturas e até a composição dos alimentos no prato podem influenciar o nosso comportamento diante dele. Ao nutrir os olhos, além de colocar a atenção no momento presente, a experiência de comer é enriquecida.
A fome da boca é aquela em que precisamos sentir o alimento, sua textura, seu tempero. É nesse momento que o sabor dos alimentos se sobressai e os gostos trazem prazer.
A mastigação favorece a saciedade, ao mesmo tempo em que proporciona um momento para cultivar a curiosidade em torno das sensações produzidas na boca.
Provavelmente você já ouviu alguém falar que não gosta de determinado alimento porque o cheiro não é muito agradável. A fome do nariz é assim, é sentir a comida pelo cheiro, é isso que irá te conquistar ou desagradar.
A percepção do aroma faz parte do mindful eating e também é essencial para que a gente possa sentir o gosto dos alimentos. Não é à toa que quando pegamos uma gripe temos a sensação de que o sabor da comida desaparece.
A fome do tato é ter que tocar no alimento para senti-lo. Um exemplo é a dúvida ao comer um pedaço de pizza, já que comer com garfo e faca é diferente de comer segurando os pedaços com as mãos.
Ao sentir a temperatura e a textura do alimento, as sensações provocadas podem até influenciar na saciedade.
A fome do ouvido é aquela que é instigada principalmente pelo som dos alimentos ao mastigá-los. O barulho que eles fazem na boca, devido à crocância, pode funcionar como uma motivação para a alimentação.
A fome do estômago é quando você consegue escutar o ruído que o órgão faz. Apesar de ser uma das principais formas de reconhecermos a fome, não se engane, nem sempre o que você está sentindo pode vir do estômago.
É preciso estar atento para discernir se é mesmo fome, já que problemas como a ansiedade podem gerar sintomas parecidos no corpo.
A fome das células é quando o nosso corpo sabe que precisamos de determinados nutrientes, já que ele começa a apresentar alguns sintomas de deficiência. Podemos sentir alta irritabilidade, cansaço ou até outros sintomas, como dores de cabeça.
Trata-se de uma das fomes mais difíceis de perceber, que exige conexão com o corpo e consciência das nossas necessidades celulares.
A fome da mente é quando os pensamentos dominam nossa fome. Você não está com fome, mas a ansiedade faz com que coma tudo o que quiser.
Esse tipo de fome motivada pelas emoções e sentimentos é bastante comum. Diante dela, é preciso tranquilizar a mente e trazer mais consciência para o momento da alimentação.
Por fim, a fome do coração é aquela emocional, relacionada a laços efetivos. Muitas vezes sentimos vontade de comer certos alimentos porque nossa mente está acostumada a buscá-los quando precisamos nos sentir melhor. Através da comida, é possível descontar desejos de ser acolhido, reconhecido ou amado.
Para entender o conceito de mindful eating, primeiro é necessário compreender o que é mindfulness.
Segundo uma definição básica, é a consciência que surge através da atenção plena e de propósito, focada totalmente no momento presente e livre de julgamentos.
“O mindful eating vai trazer consciência para esses tipos de fome. Com as práticas, você vai experimentando e vivenciando. Isso vai trazendo a luz de perceber como lidar e agir em cada uma delas”, explica a nutricionista Luiza Camargo.
Por meio das práticas meditativas, a percepção dos tipos de fome se torna mais intuitiva, facilitando a auto regulação da alimentação.
O mindful eating não se trata de meditação para emagrecer, seguir a dieta simplesmente, ou de técnicas de autocontrole. As experiências do mindful eating têm o objetivo de ajudar a comer consciente, tornando a auto regulação um processo natural e prazeroso, ao aumentar a percepção dos sinais corporais.
Algumas dicas para começar o mindful eating são:
Neste sentido, a prática constante de mindful eating ajuda a expandir a consciência do que você come e o motivo pelo qual come. O importante é não apenas controlar o cardápio, mas principalmente conquistar uma alimentação saudável e mais equilibrada.
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