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Estética

Mulheres contra padrão de beleza artificial

Encontro em aldeia guarani, em SP, compartilha costumes ancestrais e luta contra padrão de beleza estereotipado da indústria da moda
Da redação
27/09/19

Não é segredo para ninguém que o Brasil não possui um só tipo de padrão de beleza. Nosso povo é de todas as etnias, cores, biotipos e ancestralidades, inclusive indígenas de todo o território nacional e negras de diversos povos e países do continente africano.

padrão de beleza

Então por que nosso padrão de beleza é tão restrito a um só tipo de pele, cor ou biotipo? Para rever essa lógica, no extremo sul da cidade de São Paulo, na aldeia Tenondé Porã, onde vive parte da comunidade guarani, o coletivo Manifesto Crespo, formado por mulheres negras, promoveu o evento “Tecendo e trançando arte”.

O projeto, criado com a finalidade de discutir a beleza verdadeira da mulher brasileira através da quebra dos estereótipos que predominam na moda e na mídia, levou até a comunidade indígena oficinas e atividades de troca de saberes entre as mulheres presentes.

Nesta matéria especial, você vai conhecer mais sobre a vivência do coletivo Manifesto Crespo em uma aldeia indígena. Saiba mais sobre esse intercâmbio cultural e seus resultados. Confira!

Padrão de beleza pelo Brasil

Dentro de uma área de Mata Atlântica ainda preservada, as mulheres se uniram para compartilhar costumes ancestrais e colocar em contato essas etnias diferentes, mas com históricos comuns de luta, sofrimento e resistência.

Em um ambiente marcado pela diversidade, anfitriãs e visitantes fortaleceram os laços que historicamente unem as duas culturas.

malefícios do padrão de beleza

Padrão de beleza: laços culturais

Ao falar sobre o padrão de beleza em todos os povos, o local foi escolhido a dedo. “O encontro nesse ambiente, junto aos povos originários, foi escolhido porque a aldeia conta com a Jerá Guarani, uma liderança feminina que nos dá orgulho e que sabe que no passado existia muita união entre as comunidades negra e indígena”, afirma Lúcia Udemezue, membra do Manifesto Crespo.

Segundo ela, o ativismo de Jerá Guarani em diversos movimentos políticos fortalece a participação feminina na aldeia.

“Nós acreditamos que as pautas das nossas lutas se encontram de alguma maneira e estamos juntos defendendo uma bandeira maior, em busca igualdade pra que seja feita a justiça que não foi feita há séculos em nosso país”, completa Udemezue.

Falando mais sobre padrão de beleza, “ao aprender as amarrações para carregar os filhos, percebi que nós fazemos da mesma forma que os negros. Dá pra ver a semelhança entre a sabedoria milenar presente nas duas partes”, diz Poty Porã, mulher guarani e professora da escola da aldeia.

Segundo Poty, foi gratificante participar das atividades e aprender a fazer turbantes e outras amarrações que foram ensinadas pelas integrantes do grupo.

combate aos padrões

Bonito é ser diferente

O que será que os padrões de beleza indígenas e africanos têm em comum?

“As histórias das mulheres negras brasileiras possuem relatos semelhantes: quando crianças tinham o cabelo trançado pelos familiares e na juventude alisavam. Já na idade adulta há uma busca por assumir os crespos”, conta Denise Souza, educadora e integrante do Manifesto Crespo.

Para Denise, as vivências organizadas encontram pontos em comum, independente do lugar onde seja aplicada, em relação a seus padrões de beleza.

“A mídia, atualmente, mostra sua agressividade porque estamos reagindo. Quanto mais a gente combater, mais virá essa força contrária”, conta Lúcia Udemezue.

Mas de onde vem o padrão de beleza eurocentrado que consumimos por aí?

O projeto se propõe a mostrar o padrão de beleza da diversidade e da mulher negra, na luta contra a mídia e a publicidade monocromática que insiste em explicitar em propagandas, filmes e novelas um único tipo de mulher, de pele branca e cabelos lisos.

Padrão de beleza: intercâmbios culturais 

“Quando fazemos esse tipo de atividade dá pra ver que o olhar das pessoas muda e elas começam a enxergar a cultura negra de outra forma”, pontua Thays Quadros, produtora do projeto.

Thays conta que o intuito do coletivo é passar as técnicas de tranças e turbantes de geração em geração, incentivando as crianças a aprenderem essas tradições e aceitarem seu próprio padrão de beleza. 

“Quando uma criança conhece a outra cultura, sabendo sobre as diferenças vai olhar com outros olhos e apreciar a beleza da diversidade. Para combater o racismo é preciso ensinar as pessoas a respeitar as diferenças”, completa.

Trançando e tecendo arte

Em 2014, o Manifesto Crespo, em parceria com a União Popular de Mulheres do Campo Limpo, foi contemplado com o “Prêmio Lélia Gonzalez. Protagonismo de organizações de mulheres negras”.

A iniciativa propõe a realização do resgate da cultura artística das tranças e turbantes afro como seu padrão de beleza em 5 cidades do estado, que contam lideranças femininas representativas e tradições ligadas a cultura africana no Brasil.

beleza

“Nosso projeto começou com um grupo de mulheres jovens e negras. Nos reunimos para discutir a questão de identidade através do cabelo”, conta Lucia Udemezue.

O impulso inicial para o nascimento do coletivo veio, segundo Lucia, das dificuldades de aceitação do cabelo crespo no padrão de beleza nacional.

“Começamos a juntar várias experiências para montar um projeto de cunho artístico, pedagógico e também político. Para assim, criar um ambiente em que a gente pudesse compartilhar as experiências e ouvir das mulheres como elas. Mulheres que não são aceitas em sociedade por conta de um padrão de beleza imposto”, completa.

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Agora você sabe o que várias mulheres estão fazendo para modificar o padrão de beleza brasileiro para algo que inclua diferentes etnias, culturas e modos de ser, que tal fazer sua parte de outra maneira?

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