Mesmo sendo proibido pela Anvisa, muitas pessoas buscam sessões de bronzeamento artificial. Inclusive, até procuram maneiras de realizar o procedimento em casa. Você já procurou também?
A grande questão é que ter um corpo bronzeado é o desejo de muitas pessoas, mas a correria do dia a dia, ou o tempo nublado, atuam, às vezes, contra essa vontade, o que acaba por aumentar a procura pelas sessões.
É aí que entram as clínicas de bronzeamento artificial, vendendo uma forma prática e segura de ficar com a cor do verão. Mas será segura mesmo?
Estudos colocam em cheque essa segurança e revelam que a técnica pode aumentar o risco de câncer de pele, além de estimular o envelhecimento do tecido por expor o corpo a raios ultravioletas (UV).
Neste artigo, você vai conhecer as principais pesquisas sobre o bronzeamento artificial e os riscos que todos os estudos mais relevantes mostram em comum. Argumentos de sobra para você evitar essa prática e recorrer a alternativas muito mais saudáveis para sua pele. Confira!
O melanoma, que pode ser provocado pelo processo, é o tipo de câncer de pele mais comum em adultos de 25 a 29 anos e o segundo mais recorrente em adolescentes, segundo o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (1).
Ele atinge os melanócitos, células localizadas na epiderme responsáveis pela produção de melanina, ou seja, pela cor da pele. Seu desenvolvimento é estimulado pela exposição aos raios UV emitidos tanto pelo sol quanto pelas câmaras de bronzeamento artificial.
A quantidade de radiação produzida durante uma sessão de bronzeamento artificial é similar a de um banho de sol ou pode ser mais forte (2).
Desde 2009, quando foram consideradas cancerígenas pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde, o uso de máquinas de bronzeamento artificial foi proibido no Brasil.
Esta decisão foi tomada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) depois que a IARC revelou que as câmaras podem aumentar em 75% o risco de incidência de melanoma (3).
Nosso país foi o primeiro a assumir essa postura. As câmaras de bronzeamento artificial não poderão mais ser utilizadas para fins estéticos, assim como ficam proibidos também importação, recebimento em doação, aluguel ou comercialização desses equipamentos.
A radiação UV emitida pelas câmaras de bronzeamento artificial pode aumentar os riscos de desenvolvimento de melanona em 75% revelaram estudos realizados pela Universidade de Minessota, pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer e pelo grupo de pesquisa BMJ, três instituições norte-americanas (4) (5) (6).
Além disso, os pesquisadores notaram que os riscos podem aumentar conforme a frequência das sessões e o tempo de exposição à radiação.
As câmaras de bronzeamento artificial produzem dois tipos de raios UV: o ultravioleta A e o ultravioleta B.
O UVB é um raio mais superficial e atinge apenas as camadas externas da pele e é o principal responsável pelas queimaduras.
O UVA atinge camadas mais profundas. Segundo pesquisas, a exposição a ambos os raios pode estimular o desenvolvimento de câncer de pele (5) (7) (9) (10).
A exposição constante à radiação UV gerada pelas máquinas de bronzeamento artificial pode danificar o DNA das células epiteliais e levar ao envelhecimento precoce da pele, conforme pesquisa do Departamento de Dermatologia da Universidade de Baltimore, dos Estados Unidos (7).
Outro estudo diz ainda que 58% das pessoas que frequentam as clínicas têm queimaduras por causa do longo tempo em que permanecem dentro dos equipamentos (8).
O fato mais preocupante relacionado ao hábito de se bronzear artificialmente é o número de adolescentes e jovens que buscam a técnica.
Segundo dados da Associação Americana de Dermatologia, 70% das mulheres que vão às clínicas pela primeira vez tem de 16 a 29 anos.
Além disso, 24% das adolescentes (de 13 a 19 anos) norte-americanas já recorreram a sessões de bronzeamento artificial (11).