Fazer uma remoção de tatuagem com certeza não é a tarefa mais agradável que existe. Sempre é fruto de um arrependimento, seja pelo motivo da tattoo, seja pelo seu traço.
Mesmo assim, apagar uma tatuagem às vezes é necessário para seguir em frente na vida, não é mesmo? Entretanto, vale a pena saber que o procedimento não é livre de riscos. Por isso mesmo, é importante pensar bem antes de começar sua tattoo.
Neste artigo, a dermatologista explica tudo para você sobre remoção de tatuagem, dá dicas e alerta para os cuidados necessários. Confira.
"É importante pensar bem antes de se fazer uma tatuagem", alerta Valéria Campos, dermatologista especializada em laser pela Escola Médica de Harvard e Hospital Geral de Massachusetts, ambos nos Estados Unidos.
Segunda ela, muitas pessoas se deixam levar pelo calor da emoção e, por mais que as técnicas de remoção de tatuagem a laser tenham se desenvolvido nos últimos anos, ainda não existe garantia de que o pigmento possa ser completamente removido caso mudem de ideia e resolvam apagar a tatuagem.
Além disso, as sessões de remoção de tatuagem a laser podem gerar alguns problemas como alergias, pequenas cicatrizes e queimaduras. Além disso, um eventual câncer de pele ainda pode ser descoberto escondido por trás de pigmentos escuros.
O conselho da dermatologista pode soar corriqueiro, algo que ouviríamos de amigos ou parentes mais conservadores. Mas as estatísticas mostram que o arrependimento é bastante frequente.
Uma em cada três pessoas se arrepende da tatuagem que faz. Revelou um estudo desenvolvido pelo Hospital Royal Blackburns, da Inglaterra.
Os dois motivos mais apontados pelos entrevistados para o remorso foram: eram jovens demais quando tomaram a decisão e optaram por lugares inadequados. Os críticos têm, portanto, um tanto de razão.
Por isso, ao escolher por fazer uma tatuagem é preciso considerar fatores como as mudanças pelas quais o corpo vai passar ao longo do tempo e analisar a possibilidade de optar por um lugar que possa ser facilmente escondido.
Os homens são os que mais se arrependem e buscam remover a tatuagem, especialmente se o desenho na pele foi feita antes dos 16 anos.
Valéria Campos explica com mais detalhes como funciona o processo utilizado para apagar os desenhos e os perigos da técnica, em entrevista exclusiva ao Portal NAMU.
O tratamento a laser é o mais recomendado para remoção de tatuagens e é capaz de apagá-las totalmente?
O laser é o método mais eficaz quando se fala em remoção de tatuagem. A combinação de aparelhos é uma saída para intensificar resultados e melhorar as respostas da sessão.
Quanto à remoção da tatuagem total ou parcial, isso irá depender do quão profundo o pigmento penetrou na pele. As tatuagens amadoras são mais fáceis de serem 100% removidas, já no caso das profissionais e multicoloridas não existe essa garantia.
É preciso saber também que cada pigmento reage de forma diferente ao laser e somente no decorrer das sessões o médico saberá qual será a evolução do tratamento.
Maquiagens definitivas, por exemplo, são muito difíceis de serem removidas. Muitas contêm óxido de ferro e dióxido de titânio que, ao entrarem em contato com o laser, escurecem ainda mais a tinta e dificultam a remoção.
Quais são os riscos e efeitos colaterais da técnica de remoção da tatuagem?
O principal risco está em remover a tatuagem parcialmente, mas existe chance de restarem lesões residuais, como pequenas cicatrizes.
A hiperpigmentação da área, quando a pele da região fica mais escura que a pele entorno, é um risco que irá depender da resposta imune de cada pessoa.
O laser quando usado incorretamente pode causar queimaduras na pele e bolhas. Os efeitos colaterais mais recorrentes após os tratamentos são vermelhidão e hipersensibilidade. Pomadas anestésicas e cicatrizantes aliviam esses sintomas rapidamente.
Como é o procedimento para remover tatuagens?
Para remover tatuagem, usa-se geralmente o laser Q-Switched, que possui um comprimento de onda capaz de atingir o pigmento sem causar danos aos tecidos da pele.
Durante o procedimento da remoção de tatuagem, o dermatologista aplica o laser na pele e, para diminuir o desconforto, aplica no local um vapor resfriador, que torna o procedimento menos dolorido.
Em pacientes mais sensíveis à dor aplicamos uma pomada anestésica no local.
O laser que faz a remoção da tatuagem destrói o pigmento. Suas partículas são expelidas pelo sistema linfático, responsável pela “faxina” do nosso corpo. Nessa quebra de moléculas esconde-se o perigo.
Muitas tintas utilizadas pelos tatuadores não são reconhecidas pela Anvisa e podem conter partículas como mercúrio e cádmio que, ao serem quebradas, transformam-se em substâncias tóxicas.
O que a pessoa deve saber antes de iniciar a remoção de tatuagem?
Há riscos maiores ao remover tatuagens para pessoas com peles negras?
Sim, mas apesar disso o laser ainda é o melhor método para a remoção das tatuagens. Há a possibilidade de a pele tratada tornar-se mais clara do que o restante da pele e de ocorrer hiperpigmentação.
Não recomendamos o procedimento em grávidas e em pessoas com transtornos imunossupressores, como diabetes, vitiligo, psoríase e miastenia gravis.
Qual é a relação da tatuagem e o câncer de pele?
Aparentemente a tatuagem não atua diretamente no risco de câncer da pele.
Existe, porém, o risco de que ela dificulte a detecção da doença. Por isso, deve-se evitar fazer tatuagens sobre sinais ou marcas de nascença.
Nos casos de remoção de tatuagem, principalmente sobre pigmentos pretos, o dermatologista precisa ficar atento a pintas e sinais. Muitas vezes, descobre-se câncer de pele quando se está removendo uma tatuagem.
Nesses casos é preciso parar o tratamento para cuidar primeiro do câncer.
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