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O que é

Estimulação neural periférica: Os avanços nos conhecimentos atuais em neurofisiologia permitiram, por sua vez, definir a acupuntura como um método de estimulação neural periférica, cujo objetivo é promover mudanças nas funções sensoriais, motoras e autonômicas, viscerais, hormonais, imunitárias e cerebrais, com resultados terapêuticos.
Os mecanismos de ação da acupuntura estão consolidados a partir do paradigma da resposta fisiológica da estimulação neural.
Medicina tradicional chinesa: A acupuntura é o resultado da observação paciente das leis da natureza, que pôde levar certos indivíduos a viver em sincronismo com estas mesmas leis (uníssono com o tao) e derivar daí uma forma de terapêutica.
Portanto, nos seus primórdios, a acupuntura era mais preventiva do que curativa. No entanto, tais conhecimentos foram e continuam sendo transmitidos e aperfeiçoados através de milênios.
A acupuntura e a moxabustão são um ramo da medicina tradicional chinesa, que ainda engloba outros ramos, como a fitoterapia chinesa, as massagens, os exercícios respiratórios, o tai chi chuan e o chi kung, entre outros.
Qi: A medicina tradicional chinesa (MTC), sistema no qual está inserida a acupuntura, se baseia na seguinte ideia: uma energia, chamada de qi (pronuncia-se “tchi”), flui ao longo de caminhos no corpo chamados de meridianos. Neste conceito, se o fluxo de qi ao longo destes meridianos é bloqueado ou tem algum tipo de desequilíbrio, uma doença pode ocorrer.
A acupuntura utiliza pontos específicos do corpo, os pontos de acupuntura ou acupontos, situados nos meridianos, para reequilibrar a energia qi.
Acupuntura em termos técnicos: Muitos autores tentam explicar a acupuntura por modelos ocidentais. Disso derivam informações importantes. Por exemplo, o ponto de acupuntura difere anatomicamente e histologicamente da pele ao seu redor.
A epiderme, nesses pontos, é mais rica em terminações nervosas livres. Os pontos de acupuntura são na sua maioria “perfurações” da fáscia corporal superficial, de onde emerge um feixe vásculo nervoso em direção à derme, e que nos lugares aonde não existe a fáscia (face, dedos, calcanhar etc), os feixes vásculo nervosos dérmicos se aprofundam em direção à camada músculo aponeurótica.
Outros autores relatam que o estímulo da acupuntura ativa terminações sensoriais cutâneas e que as informações resultantes deste estímulo acionam pelo menos duas vias neurais centrais (sistema nervoso central). Ainda temos aqueles que afirmam que o estímulo da acupuntura está relacionado com uma ação ao nível energético, neural e humoral do organismo.
O mais interessante de se notar é que muitas das mais modernas ciências, com todas as suas sofisticações tecnológicas, explicam ou tentam explicar, ou ainda confirmam, conhecimentos chineses de milênios atrás, que eram formulados somente pela observação e raciocínio.
Estimulação neural periférica
Os avanços nos conhecimentos atuais em neurofisiologia permitiram, por sua vez, definir a acupuntura como um método de estimulação neural periférica, cujo objetivo é promover mudanças nas funções sensoriais, motoras e autonômicas, viscerais, hormonais, imunitárias e cerebrais, com resultados terapêuticos. Os mecanismos de ação da Acupuntura estão consolidados a partir do paradigma da resposta fisiológica da estimulação neural.
Medicina tradicional chinesa
A acupuntura é o resultado da observação paciente das leis da natureza, que pôde levar certos indivíduos a viver em sincronismo com estas mesmas leis (uníssono com o tao) e derivar daí uma forma de terapêutica. Portanto, nos seus primórdios, a acupuntura era mais preventiva do que curativa.
No entanto, tais conhecimentos foram e continuam sendo transmitidos e aperfeiçoados através de milênios. A acupuntura e a moxabustão são um ramo da medicina tradicional chinesa, que ainda engloba outros ramos, como a fitoterapia chinesa, as massagens, os exercícios respiratórios, o tai chi chuan e o qi gong, entre outros.

Origem do nome

A palavra acupuntura, derivada do latim (acus: agulha e punctura: punção), foi firmada por missionários jesuítas, em visita à China, no século 17. Expressa, porém, uma parte do método que deveria chamar-se acupuntura e moxabustão, ou simplesmente agulha e moxa, como o nome original em chinês, Tchen Ziú.

Esse procedimento terapêutico baseia-se na introdução de finas agulhas metálicas ou estimulação pelo calor (moxa = queima de ervas, principalmente a Artemísia, para a produção do calor) de certos pontos da pele, os acupontos ou pontos de acupuntura.

Criação

Contam-se histórias, oralmente e sem autores definidos, de que a técnica da acupuntura veio da tentativa e erro. Por exemplo: dois caçadores estavam andando, quando acidentalmente um deles disparou seu arco e a flecha foi acertar o calcanhar do companheiro, que desde aquele ocorrido, passou a não ter mais as dores nas costas que tinha antes.

Portanto eles observaram que a ação da flecha naquele ponto poderia ser usada como terapia para dor nas costas.

As linhas filosóficas do taoísmo e do confucionismo embasaram muitos pensamentos da medicina tradicional chinesa, onde o homem precisaria viver em uníssono com a natureza para não adoecer.

Precisaria respeitar os ensinamentos do yin-yang, onde uma única energia tinha dois pólos contrários mas complementares, que não existiriam em separado. Depois veio, derivada do pensamento do yin-yang, a ideia dos cinco elementos ou cinco movimentos, onde combinações específicas de yin-yang seriam representadas por constituições “modelos” ou tipologias, mas que estariam todas presentes em nós, em partes diferentes entre elas.

Mais modernamente estes pensamentos evoluíram para as substâncias vitais e os órgãos e vísceras, permitindo entender como energias diferentes teriam ações específicas em determinados órgãos.

Estes tópicos podem ser mais modernamente explicados à luz da nossa fisiologia, como comentamos a seguir. Os pontos de acupuntura, situados nos meridianos e projetados na pele, formam a camada mais superficial da comunicação dos órgãos e vísceras (Zang Fú), segundo a medicina tradicional chinesa, com o exterior, sendo a “parte externa” do corpo energético.

Os órgãos e vísceras se comunicam com os meridianos, que através dos pontos de acupuntura se comunicam com o meio exterior. Nesse sentido, é necessário utilizar os termos “órgãos” e “vísceras” em um sentido diferente do ocidental.

Para a acupuntura, “órgãos” e “vísceras” são coisas maiores do que a estrutura anatômica. Elas englobam funções e relações de equilíbrio intrínsecas.

A medicina tradicional chinesa não dispensa uma atenção muito grande ao formato anatômico, histológico ou bioquímico dos órgãos, mas sim a todas as suas funções fisiológicas e suas relações entre os diversos “órgãos” e “vísceras”.

A dimensão do ponto de acupuntura não ultrapassa poucos milímetros quadrados. O sucesso da terapêutica depende da sua localização e estímulos precisos. Baseado em um diagnóstico correto, quanto mais rigorosa for a localização e o estímulo do ponto de acupuntura, maior a chance de um sucesso de cura.

Pela concepção filosófica chinesa taoísta de origem da vida, o tai chi, ou “círculo da culminação suprema”, traduz o início e o fim, o movimento e o repouso, o yang e o yin, o fogo e a água, a madeira, o metal e a terra; estes cinco primeiros sopros, cinco elementos, que reúnem yang e yin, de uma maneira misteriosa se condensam, se excitam e dão origem aos dez mil seres.

Um novo ser, um embrião, se forma da mistura da energia ancestral (inata) da mãe e do pai. Com a integração do qi materno (energia materna) associada à energia ancestral essencial, durante a gestação, forma-se a energia fetal, que forma órgãos, vísceras e demais estruturas do corpo.

No período fetal, a parte mais yang desta energia (dos órgãos e vísceras) tende a se exteriorizar, formando verdadeiros canais de energia, ou meridianos.

Os meridianos passam a ser um meio de ligação e manifestação de interior com o exterior e vice-versa. Esses meridianos formam uma verdadeira “rede energética” do organismo, que pela medicina tradicional chinesa é independente da circulação sanguínea, linfática ou nervosa.

Convém lembrar que quando os chineses estabeleceram o trajeto dos meridianos e a localização dos pontos de acupuntura, não se faziam estudos em cadáveres, muito menos se conheciam as circulações sanguínea, linfática e nervosa.

Além dos doze meridianos principais, com seus trajetos superficiais e profundos, pela teoria dos canais e colaterais (Jing Luo), ainda temos oito meridianos curiosos ou maravilhosos, doze meridianos distintos, quinze meridianos (ou ramificações) longitudinais ou de conexão, doze meridianos (ou ramificações) transversais, doze meridianos tendino musculares,12 zonas cutâneas e diversos outros colaterais que interligam de formas variadas todos os anteriormente mencionados.

Todos estes meridianos citados se interligam e interagem de forma complexa e lógica, propiciando um perfeito equilíbrio energético. Estes pontos de acupuntura constituem uma realidade clínica facilmente constatável.

Distribuídos ao longo dos meridianos e conhecidos desde a mais remota antiguidade, não podem ter sua existência desconhecida por aqueles que examinam seus pacientes de forma criteriosa, mesmo não possuindo conhecimentos de acupuntura. Isto porque muitas vezes pacientes relatam dores em lugares específicos e que se repetem com frequência.

As dores occipitais, por exemplo, se localizando em ambos lados da linha média sobre a horizontal que passa pela ponta do processo mastóide, onde há muito tempo se sabe haver um ponto de acupuntura.

Outra informação percebida, mesmo por aqueles médicos não acupunturistas, trata-se do trajeto característico de certas algias em certas patologias tradicionais, que seguem o trajeto de meridianos, como por exemplo, a angina pectoris ou as ciatalgias.

Somando-se os pontos de acupuntura, ou acupontos, localizados nos doze meridianos principais, bilateralmente, chegamos a 618 pontos. Mais os pontos dos meridianos do vaso concepção e vaso governador (52 no total), chegamos a 670 pontos.

Além destes, existem 88 pontos de acupuntura (44 de cada lado do corpo) chamados de extras, por estarem localizados “fora” do trajeto de meridianos, e 28 pontos (14 de cada lado) recentemente descobertos. Totalizamos agora 786 acupontos. Se somarmos cerca de 200 pontos de importância “secundária” chegaremos perto de 1.000 pontos de acupuntura distribuídos estrategicamente pelo corpo.

Histórico

A medicina tradicional chinesa (MTC) tem na acupuntura o seu ramo mais conhecido. Os registros de tratamento com agulhas existem há cinco mil anos. Foi quase toda desenvolvida pela observação das leis da natureza e centrada para o tratamento do homem, ou no máximo, de animais de trabalho.

Muito antigamente, na nova Idade da Pedra, pedras redondas (pedras Bian) eram aquecidas e comprimidas (massageadas) em certas áreas do corpo. Primitivos pedaços pontiagudos de pedra foram encontrados em antigas tumbas escavadas na Mongólia e Hunan.

Achados arqueológicos como agulhas de pedra e bambu já foram encontrados, muitos deles da Dinastia Shang (1.766 – 1.123 a.C). Além disso, desenhos em rochas de pessoas tratadas e escritos em fragmentos de rocha ou folhas de bambu. Lembramos que o papel só foi inventado no século I (97 d.C.), o que permitiu o aumento desses registros.

Todos reconhecem a China Antiga como o berço da acupuntura. Fica difícil separar a história da acupuntura da história daquela região.

Certo é que os chineses desenvolveram uma forma de tratamento capaz de respeitar o convívio do homem com as condições da natureza ao seu redor. É possível, no entanto, dividir essa história em dinastias (período de tempo com características políticas, filosóficas e culturais definidas):

Período Pré-histórico: Fósseis do “Homem de Pequim”. A medicina de então era estabelecida dentro de um contexto de crenças mágicas e demonológicas.

Dinastia Shang: “Idade clássica do Bronze na China” (1523 – 1027 a.C.). Surgem as primeiras agulhas de metal. A medicina da época não era um sistema distinto da religião.

Início da Dinastia Zhou: “Feudalismo clássico” (1027 – 772 a.C.). Avanços na agricultura e formação de grandes exércitos. O poder era absoluto e transferido pela hereditariedade. Esse período é marcado pelas crenças demonológicas, segundo as quais os demônios eram uma influência prejudicial à humanidade e à saúde.

Período médio da Dinastia Zhou: “Declínio do Feudalismo” (772 – 480 a.C.). Inicia-se o registro histórico. Surge o confucionismo, o qual é sistema de ideias políticas, religiosas e éticas atribuído ao filósofo chinês Confúcio (551 – 479 a.C.). Embora ainda dominada pelas correspondências mágicas e demonologia, a medicina começa a se desenvolver como atividade distinta.

Final da Dinastia Zhou: “Os Estados Combatentes” (480 – 221 a.C.) Principados em guerra. Surge o taoísmo, sistema filosófico criado pelos chineses Lao Tse, no séc. VI a.C., e Tchuang Tseu, no séc. IV a.C., segundo o qual há um princípio de ordem universal, o Tao (Caminho), que, por sua vez, é responsável por harmonizador as forças do yin e do yang.

Eles são também os criadores da doutrina dos cinco elementos, onde a natureza é formada e mantida por água, terra, madeira, fogo e metal, elementos constituintes de tudo que se vê. Nesse momento, a prática médica começa a se desenvolver como instituição.

Dinastia Qing: “Período da queima dos livros” (221 – 206 a.C.). O império chinês estabelece e consolida instituições sociais e culturais. Época do imperador Shi Huang Di, (o imperador amarelo) e da construção da Grande Muralha da China.

Dinastia Han: “Período da sistematização” (206 a.C. – 220). A cultura chinesa floresce. Zhang Zhong Jing (também conhecido como o Hipócrates chinês) viveu nesta época entre 150 – 219 d.C. A medicina de correspondência sistemática domina a Acupuntura.

Os órgãos foram divididos em “zang” (depósitos) e “fu” (Vísceras), uma forma bastante parecida com a da fisiologia contemporânea.

Seis Dinastias: “Período de desunião” (220 – 589). Região sofre influências budistas (meditação e artes marciais). Desenvolvimento da literatura médica. Hua Tuo, importante médico chinês, viveu nessa época, período no qual a acupuntura acaba se difundindo por toda Ásia Oriental.

Dinastia Sui: “Período de reunificação” (590 a 617). A cultura chinesa, incluindo a acupuntura, aprimorou-se e se espalhou por toda a Ásia. Sun Su-Miao foi nome de destaque da época. Período também foi marcado pela intensa difusão da acupuntura.

Dinastia Tang: “Período de Apogeu” (618 a 906). Período de imensa riqueza e abundância cultural. O desenvolvimento da acupuntura não foi muito notável. Os progressos na China se concentram na busca da imortalidade através da alquimia e com o crescimento da fitoterapia.

Cinco Dinastias: “Período de desunião” (907 a 960). 50 anos de disputa pelo poder. Um período de inadequação governamental.

Dinastia Song: “Período do Neoconfucionismo” (960 a 1264). Nesse momento, a medicina de correspondência sistemática passa a predominar. A medicina tradicional e a terapia com medicamentos são incorporados ao paradigma do Qi. Nessa época, é feita uma estátua de bronze indicando todos pontos de acupuntura no corpo humano.

Dinastia Yuan: Nesse período a China estava sobre jugo Mongol (1264 a 1368). Começam a ser incorporadas, no convívio chinês, os hábitos europeus. Em Pequim, é criada a primeira faculdade de medicina tradicional chinesa.

Dinastia Ming: “Período de restauração” (1368 – 1643). Divulgação dos conhecimentos confucionistas leva a uma riqueza na discussão da filosofia da medicina tradicional chinesa. Os livros Zhen Jiu Da Cheng e Bem Cao Gang Um, extremamente influentes, são escritos.

A acupuntura é popularizada e esse momento histórico é marcado pela disputa entre médicos ambulantes e médicos burocratas.

Dinastia Qing: “Final do Império” (1644 a 1911). A medicina tradicional chinesa entra em decadência em razão da chegada das técnicas e conhecimento médico ocidental, as quais acabaram se tornando hegemônicas. Esse crescimento levou à fundação da primeira faculdade de medicina ocidental na China e provocou também o banimento da acupuntura na Faculdade de Medicina Imperial. República (1912) até os dias de hoje:

Declínio da acupuntura: Após a ascensão da medicina ocidental e o “banimento” da acupuntura dos meios oficiais, o qual culminou com a acupuntura sendo declarada ilegal na China, em 1929, a prática perdeu força. Durante muito tempo, foi proibida qualquer publicidade sobre medicina tradicional chinesa.

Atualidade

Com o advento da acupuntura em outros países, principalmente da América do Norte e Europa, vivenciamos um “renascimento” e disseminação das práticas de acupuntura pelo mundo. Hoje, é possível falar de acupuntura integrativa, ou seja, uma junção da técnica milenar chinesa às práticas ocidentais.

Já foi o tempo de chamarmos a acupuntura de alternativa ou complementar. Nos últimos anos, o grau de profundidade atingido no conhecimento da fisiologia da acupuntura e o entendimento de alguns mecanismos de ação trouxeram a necessidade de se empreender uma atualização das bases teóricas, e uma consequente renovação na prática do método.

Em razão desse crescente interesse, em junho de 1979, a Organização Mundial da Saúde, organizou um simpósio sobre acupuntura em Pequim, na China, do qual participaram especialistas de diversos países. Nesse encontro foi produzida uma lista de 43 tipos de doenças que poderiam ser tratadas com acupuntura. No entanto, essa lista foi muito questionada por médicos e pesquisadores.

Confira algumas doenças dessa lista:

  • Trato respiratório superior
  • Sinusite aguda
  • Amigdalite aguda
  • Rinite aguda
  • Resfriado comum
  • Sistema respiratório
  • Bronquite asmática (sem complicações)
  • Bronquite aguda
  • Distúrbios dos olhos
  • Conjuntivite aguda
  • Retinite central
  • Cataratas sem complicações
  • Miopia em crianças
  • Distúrbios da boca
  • Dor de dente e dor pós-extração
  • Gengivite Faringite aguda e crônica
  • Distúrbios gastrintestinais
  • Espasmos do esôfago e da cárdia
  • Soluço Gastroptose
  • Gastrite aguda e crônica
  • Hiperacidez gástrica
  • Úlcera duodenal crônica (alívio de dor)
  • Úlcera duodenal aguda (sem complicações Colite aguda e crônica
  • Disenteria bacilar aguda Constipação
  • Diarréia Paralisia do intestino
  • Distúrbios neurológicos e musculoesqueléticos
  • Dor de cabeça, enxaqueca e Dor geral
  • Nevralgia do nervo trigêmeo
  • Paralisia facial (estágio inicial)
  • Paresia após derrame cerebral
  • Neuropatias periféricas
  • Seqüelas da poliomielite de estágio inicial
  • Doença de Meniére
  • Disfunção neurogênica da bexiga
  • Incontinência urinária noturna
  • Nevralgia intercostal Síndrome cervicobraquial
  • Capsulite adesiva ou epicondilite lateral
  • Dor no nervo ciático
  • Dor lombar Osteoartrite

Em 1991, a 44ª Assembleia da Organização Mundial da Saúde apontou que nos países onde a prática da acupuntura faz parte do patrimônio cultural sua integração com modernas práticas médicas não oferece muitos problemas. No entanto, em países onde o modelo dominante é o da medicina Ocidental, o uso da acupuntura requer evidências objetivas de sua efetividade.

Em razão disso, em 1996, um levantamento mundial sobre a prática foi apresentado em um encontro da Organização Mundial da Saúde na Cervia, na Itália. Depois, entre 1998 e 1999, inúmeras pesquisas foram feitas e muitas delas indicaram, segundo a Organização Mundial da Saúde, evidências científicas que mostravam a acupuntura como uma prática mais eficaz do que tratamentos com placebo em determinadas condições.

Tais pesquisas mostraram que em alguns casos a acupuntura é capaz de aliviar dor crônica com a mesma capacidade que drogas potentes como a morfina. No entanto, os mesmos estudos apontaram que os efeitos da acupuntura dependem muito da capacidade técnica dos acupunturistas que estão aplicando e manipulando as agulhas.

Atualmente, a lista de 1979 acabou ficando menos controversa. Hoje, ela se baseia em pesquisas que comprovaram cientificamente a efetividade da acupuntura para tratar doenças como: sinusite aguda, amigdalite aguda, rinite aguda, resfriado, bronquite asmática, bronquite aguda, conjuntivite aguda, gengivite, faringite aguda, distúrbios gastrintestinais, gastrite aguda, diarreia, dor de cabeça, enxaqueca, dor no nervo ciático, dor lombar, entre outras.

A analgesia induzida com acupuntura em pessoas e animais é revertida ou abolida na maioria das vezes pela naloxona, demonstrado assim, que seu mecanismo é opioidérgico. Nos seres humanos em que a dor foi aliviada por meio da acupuntura, observou-se aumento dos níveis da B-endorfina no líquido cerebrospinal (LCE) (Clement-Jones e cols, 1980). Embora os níveis de metencefalina no LCE se mostrassem inalterados nesse estudo, recentemente, observou-se em ratos (Bing e cols., 1991) que uma substância semelhante à metencefalina é, na verdade, liberada na própria medula por um estímulo semelhante ao da acupuntura.

Recentemente, Takeshige e cols. (1990) demonstraram que animais que não respondiam à acupuntura (constatado pela ausência do prolongamento do período de latência do movimento rápido da cauda em resposta à acupuntura) começam a responder ao tratamento por meio da administração de D-fenilalanina, substância capaz de inibir a enzima que degrada a metencefalina.

A atribuição da falta de respostas de alguns ratos às diferenças dos mecanismos enzimáticos é uma reminiscência da observação de que os seres humanos que não respondem à morfina para a dor nociceptiva parecem ter diferenças nos mecanismos enzimáticos para sua glucoronidação (Bowsher, 1993). Um estudo de Howard H Moffet determinou em que extensão os estudos clínicos contemporâneos em acupuntura propõem explicações fisiológicas e apresentam os achados no contexto de outras características dos estudos.

Setenta e nove estudos clínicos publicados em inglês em 2005 foram identificados, e cada um foi revisado para uma explicação (rationale) fisiológica, assim como os objetivos e desfechos do estudo, intervenções experimentais e controles. 33% dos estudos não apresentaram explicações fisiológicas. 67% postularam alguma base fisiológica para a Acupuntura. Entre estes, 62%, propuseram mecanismos neuroquímicos, 4% efeitos segmentares sobre o sistema nervoso, 6% regulação do sistema nervoso autônomo, 3% efeitos locais, 5% efeitos sobre a função cerebral, e 5% outros efeitos.

A acupuntura altera a circulação sanguínea. A partir da estimulação de certos pontos, pode-se alterar a dinâmica da circulação regional proveniente de microdilatações. Outros pontos promovem o relaxamento muscular, sanando o espasmo, diminuindo a inflamação e a dor.

O estímulo de certos pontos promove a liberação de hormônios, como o cortisol e as endorfinas, promovendo a analgesia. A acupuntura ajuda a aumentar a resistência do hospedeiro. Quando há agressão externa, alguns sistemas orgânicos são prejudicados. Há uma regulação interna para oferecer resistência à doença.

A acupuntura exacerba estes mecanismos para que em menos tempo o equilíbrio e a saúde sejam restabelecidos. A acupuntura regula e normaliza as funções orgânicas. As diversas funções no homem são inter-relacionadas. Se há algum distúrbio alterando esse inter-relacionamento, ocorre a manifestação de sintomas e a doença se estabelece.

O estímulo pela acupuntura pode dinamizar e restabelecer os relacionamentos anteriores e apressar a recuperação. A acupuntura promove o metabolismo. O metabolismo é fundamental na manutenção da vida. Em certas condições de doença, há alteração do metabolismo dos diversos órgãos, com consequente prostração e deficiência do organismo.

A acupuntura permite a recuperação desse metabolismo, importante no processo de cura. Brasil A acupuntura se tornou, nos últimos anos, uma prática muito presente no território nacional.

Segundo um levantamento feito pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, o número de sessões de acupuntura feitas no SUS (Sistema Único de Saúde) no estado cresceu de 39,6 mil em 2007 para 264,4 mil em 2001, ou seja, quase sete vezes em cinco anos.

Em 2013, após uma disputa de vários anos, o Supremo Tribunal Federal decidiu manter o veto à prática da acupuntura por psicólogos. Essa decisão ocorreu depois que o ministro Gilmar Mendes negou o seguimento de dois Recursos Extraordinários que tentavam reverter decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Em 2002, por meio de uma Resolução, o Conselho Federal de Psicologia havia resolvido que o psicólogo poderia recorrer à acupuntura em seu trabalho, porém, com a decisão do STF, isso não é mais possível.

Fundamentos

A medicina tradicional chinesa nasceu da necessidade do homem viver da melhor maneira possível no seu meio, muito parecida com muitas formas de tratamento indígenas do nosso país.

Pode-se dizer que depois a medicina tradicional chinesa veio evoluindo para se arquitetar em conceitos: Substâncias vitais (energias que formam o corpo): qi, xue, jin ye, shen e jing.

Toda energia pode ser classificada em yin e yang, dois polos de um mesmo fenômeno, contrários, mas complementares, assim como o claro e o escuro.

As substâncias vitais falam das energias que nos formam, ou seja, uma mesma matéria em estados diferentes de substancialidade, para poderem exercer funções diferentes e específicas. Quanto mais substanciais, mais yin, e quanto mais imateriais, mais yang. Daí vem a ideia de corpo e mente, por exemplo: uma única coisa para o chinês, o corpo mais denso é yin e a mente mais imaterial é yang.

Vivemos de várias nuâncias destas energias em seus estados de materialização. Jing luo: meridianos por onde circulam estas energias. Os meridianos, ou canais e colaterais, circulam as substâncias vitais por todas as partes do corpo. Caso isto ocorra de forma equilibrada, teremos saúde.

Os desvios posturais, por exemplo, podem acarretar desequilíbrios desta circulação, promovendo sintomas como as dores musculares. Zang fú (órgãos e vísceras): sintetizam, estocam e transformam as substâncias vitais. São então responsáveis diretos pela quantidade e qualidade das substâncias vitais distribuídas no corpo, pelos canais e colaterais.

Todo zang fú tem relação íntima com as substâncias vitais. Fatores que provocam as doenças: mudanças climáticas, emoções e baixa qualidade de vida.

A medicina chinesa nos vê como um microcosmo dependente do macrocosmo (nosso planeta). Precisamos viver respeitando este relacionamento com o mundo que nos cerca (pensamento bastante ecológico e que prega a sustentabilidade).

Na prática

“Como funcionaria a acupuntura?” Essa pergunta é feita e respondida no site do NCCAM (National Center for Complementary and Alternative Medicine) do NIH (National Institutes of Health).

Segundo o instituto, “propõem-se que acupuntura produz seus efeitos através de regulação do sistema nervoso, favorecendo a atividade de bioquímicos analgésicos como as endorfinas e células do sistema imunitário em locais específicos do corpo.

Além disso, estudos mostraram que a acupuntura pode alterar a química cerebral modificando a liberação de neurotransmissores e neuro-hormônios, afetando assim as partes do sistema nervoso central, relacionadas com a sensação e as funções involuntárias do organismo, como as reações imunitárias e processos que regulam a pressão arterial, fluxo sanguíneo e temperatura corporal.”

Agulhas e calor: A acupuntura é um procedimento terapêutico baseado na introdução de finas agulhas metálicas ou estimulação pelo calor (moxa = queima de ervas, principalmente a artemísia, para a produção do calor) de certos pontos da pele.

Inserção: Após a melhor localização anatômica do ponto, seja pela descrição anatômica, pelo aumento de sensibilidade ou “palpação” do ponto, podemos fazer a inserção. O que determinará que a inserção da agulha se deu realmente em um ponto de acupuntura, será a “sensação da acupuntura” ou “tei qi”, uma sensação de parestesia (formigamento, choque ou sensação de peso) sentida pelo paciente.

As agulhas ficam inseridas no paciente de quinze a trinta minutos e podem ser manipuladas na forma de rotação ou pistonamento, para aumentar a ação de reequilíbrio energético.

Diagnóstico energético: Baseado em um diagnóstico energético, da atual situação da circulação e da quantidade de energia qi do paciente, que leva em consideração os sintomas, os sinais e o exame físico do mesmo, o acupunturista elege um objetivo de como restabelecer o equilíbrio da energia qi e escolhe os pontos de acupuntura para isto.

Controle da dor: A analgesia por acupuntura envolve a estimulação de nervos de pequeno diâmetro e limiar diferenciado. Esses nervos mandam mensagens à medula espinhal, o que ativa neurônios do tronco cerebral (área cinzenta periaquedutal) e do hipotálamo disparando mecanismos de opióides endógenos.

A resposta inclui mudança no nível plasmático ou liquórico de endorfinas, encefalinas e hormônios relacionados a estresse (como hormônio adrenocorticotrofico).

Outro mecanismo de ação da acupuntura pode ser uma forma de estimular a expressão genética de neuropeptídeos.

Periodicidade: Os tratamentos ou sessões podem ter periodicidade diária, de dois em dois dias ou a critério do acupunturista, mas o mais praticado é a frequência semanal, pelo menos.

Principais nomes

Huang Di (O Imperador Amarelo, a quem se atribui a autoria do “Nei Jing”). Há uma lenda que conta que o Imperador Amarelo (Huang DI) chamava a si mesmo “o supremo comandante do universo”.

Ele ocupava o centro, levou-o a ensinar aos homens o cultivo dos grãos (trigo, sésamo etc) o que deu a ele o titulo de “Deus da Agricultura” (Shen Nong).

HUANG DI NEI JING: Clássico da Medicina Interna do Imperador Amarelo: escrito por um dos imperadores que originaram a medicina Tradicional Chinesa e a acupuntura.

O Nei Jing contém um detalhado conhecimento de anatomia, fisiologia, patologia, diagnóstico e tratamento. E também trata de assuntos tais como metereologia, astrologia e calendário. O livro consiste em 2 seções:

A- Su Wen (Questões Simples) ® 9 volumes e 81 capítulos.

B- O Ling Shu ® 81 capítulos.

A importância deste autor e seu texto pode ser resumida: cria uma teoria dos canais e colaterais (jing Luo); utiliza-se da teoria do yin-yang e dos 5 elementos em suas aplicações clínicas; designa a natureza e tipos de Qí; descreve as funções dos Órgãos e Vísceras da Medicina Tradicional Chinesa (Zang Fu) e suas patologias; determina a localização de 160 pontos de acupuntura e seus nomes; generaliza e resume a descrição e uso dos 9 tipos de agulhas; define as funções dos pontos e suas contra-indicações; introduz acerca das técnicas de inserção de agulha e sobre os métodos de tonificação e sedação; descreve o tratamento de várias doenças.

Hua Tuo (141 d.C – 208 d.C): foi pioneiro na aplicação da anestesia herbária a operações cirúrgicas, ficou conhecido por utilizar apenas 1 ou 2 acupontos para tratar doenças e ter pesquisado sobre a sensação de propagação do estimulo da agulha.

Zhang Zhong Jing (150d.C. – 219 d.C.): viveu 69 anos, também conhecido como Zhong Jing ele é intitulado o “Hipócrates da Medicina Chinesa”. Um famoso episódio relacionado com Zhong Jing e seu amigo Wang a quem advertiu: “É certo que você está doente. Um dia suas sobrancelhas irão cair e seis meses depois você irá morrer. Você precisa tomar uma decocção de 5 minerais para evitar que isso se torne um fato.” Depois de um certo tempo seu amigo morreu de lepra.

Huang Fu Mi (215d.C-282d.C): Os antigos livros continham enganos ao nomear os pontos chegando a omitir importantes sobre os mesmos, devido a isso Huang Fu Mi escreveu um livro “Clássico da Acupuntura e Moxabustão – Zhen Jiu Jia Yi Jing” por volta do ano 256 onde coletou toda informação disponível sobre acupuntura e Moxabustão dos antigos textos.

Sun Simiao (581d.C-682d.C): foi uma das figuras mais populares da história da MTC, versado tanto em Acupuntura quanto em Fitoterapia escreveu o livro “Mil Remédios de Ouro – Qianjin Yaofang” no qual desenhou um gráfico de pontos de acupuntura colorido com vista de frente de costas e lateral.

Wang Wei Yi (987d.C-1067d.C): devidos aos erros acerca da localização de pontos presente em trabalhos anteriores, Wang Wei escreveu em 1026 o livro “Manual ilustrado dos Pontos de Acupuntura no ]novo modelo de bronze – Tongren Shuxue Zhen Jiu Tujing”. Enquanto escrevia seu livro Wang teve a idéia de fabricar duas estatuetas de bronze em tamanho real com os nomes e localizações dos pontos de Acupuntura.

Outras visões

Pessoas (leigos ou profissionais da saúde pouco atualizados) que não conhecem os mecanismos de ação da acupuntura, respaldados na fisiologia e na ciência, ainda acham que a mesma atua como efeito placebo.

Os mais preocupados com lesões físicas, acreditam que por se tratar de uma terapia invasiva, a mesma pode gerar riscos sérios a saúde, como perfuração de vasos s e órgãos. Outros a consideram perigosa devido a infecções ou transmissão de doenças infecto contagiosas.

Tudo isto advém de alguns poucos maus profissionais ainda utilizarem-se de material não descartável e instalações que não seguem as normas de conduta e higiene da área de saúde.

Ramificações

Mesmo sendo a acupuntura difundida pela China (historicamente), podemos ver Escolas de Acupuntura Francesa, Vietnamita, Coreana, Japonesa, entre outras, todas adaptadas e oriundas do raciocínio chinês.

São poucas as diferenças entre elas, mas existem. Estas diferenças são na verdade adaptações de algumas técnicas, nomes diferentes para alguns pontos, devido às necessárias traduções, maior ou menor importância para determinados pontos e formas de tratamento. Por exemplo: a acupuntura coreana utiliza muito mais a constituição do indivíduo, ou seja, sua biotipologia, do que a acupuntura japonesa.

A acupuntura coreana criou um micro sistema mais detalhado da mão do que a acupuntura chinesa. Alguns pontos da aurículo acupuntura francesa tem localização um pouco diferente da chinesa. São diferenças que na verdade não criam problemas para que conhece a técnica chinesa em detalhes.

Principais obras

Atualmente, com a ideia de acupuntura integrativa, uma vasta literatura está disponível na internet e livrarias. Ela vai desde obras para leigos até complexos manuais voltados para os profissionais da área. Porém, a maioria das obras clássicas sobre acupuntura são textos sem autor, data definida. Muitas delas integram coletâneas de outras obras ou até de relatos contados oralmente por várias gerações.

Entre as mais importantes, estão: Tao Te King Obra composta por curtos poemas que fala da origem da vida e de nossa relação com o mundo.

Traduzido como o Livro do Caminho e da Virtude. Foi escrito entre 350 e 250 a.C. Sua autoria é atribuída a Lao Tze.

Huang Di Nei Jing Clássico de medicina interna do Imperador Amarelo, é conhecido também como o Cânone da Medicina. Aborda as principais teorias da medicina tradicional chinesa. Sua autoria é atribuída a um grupo de médicos da dinastia Chou, entre 721-256 a. C.

Shen Nong Ben Cao Clássico de fitoterapia do deus da agricultura. A autoria é atribuída à lendária figura de Shen Nong. Compilado entre 300 a.C. e 200 d.C., possui três volumes e menciona 365 medicamentos fitoterápicos.

Nan Jing Conhecido como o Clássico dos Problemas Difíceis ou Clássico das Dificuldades. Foi escrito provavelmente na dinastia “Qin”, de 221 a.C. a 206 a.C. Compila os conhecimentos da medicina tradicional chinesa até então.

Zheng Jiu Jia Yi Jing Clássico da acupuntura e moxabustão de autoria de Huang Fu Mi, escrito entre os anos de 210 e 285. Fala das duas técnicas do título.

Mai Ching De autoria de Wang Shu Hé, foi escrito entre os anos de 215 a.C e 282 a.C. Versa sobre a padronização do diagnóstico do pulso.

Zheng Jiu Da Cheng Grande compêndio de acupuntura e moxabustão. Escrito por Yang Ji Zhou entre 1522 e 1620.

Interligações

A acupuntura é um dos ramos da medicina tradicional chinesa que engloba outras formas de terapia, como: moxabustão (aquecimento dos pontos de acupuntura); fitoterapia (tratamento através da ingestão de ervas); massagens chinesas (como o tui ná); exercícios físicos (tai chi chuan ou chi kung); ventosaterapia (aplicação de pressão negativa nos pontos de acupuntura); microssistemas chineses (como a aurículoacupuntura); meditação e nutrição.

A medicina tradicional chinesa, quando estudada em seus detalhes, mesmo com nomes e temas diferentes, tem muita similaridade com a ayurveda, medicina tradicional indiana.

Fontes e inspirações

Os imperadores criadores da medicina tradicional chinesa, chamados também de Três Augustos, foram figuras lendárias que viviam em comunhão com a natureza.

Fu Hsi: também conhecido como Paoxi, foi o pioneiro na criação de animais, na pescaria e na caça. A ele é atribuída a invenção da escrita. Foi o legendário criador do PaKua, figura que explica a origem e “os caminhos da vida”, que deu origem ao livro I-Ching, (Livro da mutações) e também das nove agulhas básicas de acupuntura.

Shen Nong: É o “divino agricultor”, em uma tradução direta ou o “imperador dos cinco grãos”. Atribui-se a ele o primeiro compêndio fitoterápico. Shen Nong experimentava suas poções fitoterápicas em si mesmo antes de usar em seus pacientes e talvez tenha sido esse o motivo de sua morte. É uma divindade ainda atual entre os agricultores e comerciantes de arroz, com vários templos espalhados pela China.

Huang Di: O “imperador de jade” dominava os céus e todas as criaturas abaixo dele. O mitológico imperador chinês Huang Di teria vivido cerca de 2.700 a. C. Durante seu reinado, a civilização chinesa teria iniciado a construção de casas de madeira, barcos, arco e flecha, e a escrita.

As histórias sobre esse personagem afirmam que ele teria derrotado os invasores bárbaros, o que deu a ele o comando de todas as tribos que viviam na região das planícies do Rio Amarelo. Também, segundo algumas tradições, Huang Di teria sido o responsável pela utilização de moedas e seu governo teria criado e incentivado a produção de seda. Essas mesmas tradições creditam a Huang Di enorme sabedoria e intocável virtude.

Em razão dessas capacidades, ele teria criado um reino justo e harmonioso. A mitologia chinesa narra que Huang Di não morreu, mas se tornou imortal.

Três pilares: Surgiu no período intermediário da dinastia Zhou. Seu criado é Gong Qiu ou Confúcio (551 a.C.). Esse pensamento filosófico resultou na conscientização de uma relação objetiva entre o comportamento humano responsável e os resultados almejados.

Enfatizou a moderação alimentar e os cuidados com a higiene básica. O que podia ser curado por oferendas xamânicas aos antepassados ou aos demônios, nesse momento passou a ser curado pela mudança do comportamento com um tom moral muito particular. Confúcio disse: “se a pessoa utiliza seu corpo e sua natureza, seu discernimento, entendimento e a deliberação com o senso apurado, da maneira como o costume recomenda, seguir-se-ão a ordem e o sucesso; caso contrário, o resultado é a imprevisão e a sublevação, ociosidade e indisciplina.

Se o consumo de comida ou bebida, o vestuário, os alojamentos dentro e fora de casa, assim como o movimento e o descanso são cumpridos da maneira como o costume recomenda, atingir-se-á harmonia e ordem; caso contrário, para o que não cumpre, este estará sujeito ao ataque e à traição, e a doença ocorrerá”.

Caminho do meio: surgiu durante o período dos Estados combatentes. Não eliminou o confucionismo nem as tradições religiosas antigas. Os taoístas estavam menos preocupados com a humanidade e mais impressionados com a natureza. A filosofia do taoísmo é manter a harmonia entre o homem e o seu mundo através da meditação e dos exercícios físicos.

O taoísmo defende que há uma continuidade entre a natureza e os seres humanos ou na interação entre o planeta e a sociedade humana. Para o taoísmo, existe um fluxo constante de transformação do universo e de retorno de tudo ao Tao, de onde tudo emergiu, segundo os taoístas.

Lao Tsé (Lao Zi) é o legendário autor do Tao De Jing. Seus preceitos influenciaram a forma e a essência do Nei Jing, o conceito de qi e as técnicas de medicina e saúde que caracterizaram a medicina tradicional chinesa dessa época em diante. Introduzido na China durante o século 1.

Acredita-se que o budismo contribuiu com o aspecto psicológico da medicina na China (a meditação, medidas psicoterapêuticas e a cura pela fé). Clara influência nas artes marciais. Criador do sistema de exercícios “18 Mãos de Le Han” e do sistema shao lin de artes marciais, ao observar as faces abatidas dos monges. “O espírito deve estar tranquilo e alerta, mas o corpo deve ser forte e ativo.

Sem tranquilidade não se adquire sabedoria nem se transforma no Buda; sem saúde, não se pode ter uma boa circulação e uma boa respiração. Por isso, o corpo deve se exercitar adequadamente para que os músculos e tendões fiquem flexíveis e o espírito não sofra com a miséria da fraqueza”.

Fontes de pesquisa

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CHAITOW, Leon. O Tratamento da Dor pela Acupuntura. São Paulo: Manole, 1984.

CORDEIRO, Ary T., CORDEIRO, Ruy César. Acupuntura Elementos Básicos. SãoPaulo: Ensaio, 1992.

HOANG TI (Emperador Amarilo), Nei King (Canon de Medicine), Ling Shu (Canon de Acupuntura). [ s.l. ] : Las Mil e Una Ediciones.

JIA, Jou Eel. Chan Tao, Conceitos Básicos: Medicina Tradicional Chinesa; Icone Editora;

MACIOCIA, Giovanni. A Prática da Medicina Chinesa. Tratamento de Doenças com Acupuntura e Ervas Chinesas. São Paulo: Roca, 1966.

MANN, Félix. Acupuntura: A arte chinesa de curar. Tradução por Maria Judith Martins. São Paulo: Hemus, 1994. Tradução de Acupunture

NEVES, Prof. Bartolomeu Alberto. Tratado Popular de Moxabustão. A Medicina Natural Chinesa. São Paulo: Ícone, 1994.

ROSS, Jeremy. Zang Fu: Sistema de Órgãos e Vísceras da Medicina Tradicional Chinesa. Tradução por Ysao Yamamura. São Paulo : Roca, 1994. Tradução de Zang Fu: The Organ Systems of Traditional Chinese Medicine, 2 ed.

SOULIÉ de MORANT, George. Acupuntura Atlas. Buenos Aires: Editora Médica Panamericana, 1990.

SUSSMANN, David J. Acupuntura: teórica e practica, 8 ed. Buenos Aires: Kier, 1987. TRATADO de Medicina Chinesa. São Paulo: Roca, 1993.

YAMAMURA, Ysao. Acupuntura Tradicional: A Arte de Inserir. São Paulo: Roca, 1995.

WEN, Tom Sintan. Acupuntura Clássica Chinesa, 2 ed. São Paulo: Cultrix, 1989. https://cmba.org.br/

Aprofundamento

Associação Médica Brasileira de Acupuntura 

Board of Medical Acupuncture 

IAMA International Academy of Medical Acupuncture Inc 

The Mechanism of Acupuncture – Beyond Neurohumoral Theory

Texto da Organização Mundial de Saúde sobre acupuntura 

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