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Medicina Integrativa

Alzheimer avança duas vezes mais rápido em mulheres do que em homens

Há cerca de 1,2 milhão de casos da doença no país; estudo americano explica que mulheres vivem - em média - cinco anos a mais que os homens
Bruno Torres
29/01/15

Será que, ao falarmos em doenças mentais na terceira idade, faz alguma diferença ser homem ou mulher? Um novo estudo apresentado na Alzheimer’s Association International Conference, em Washington, nos Estados Unidos, parece indicar que sim.

De acordo com o trabalho, mulheres que apresentam problemas de memória podem avançar duas vezes mais rápido em direção a demência do que os homens. O estudo analisou, ao longo de oito anos, o declínio cognitivo de 398 homens e mulheres voluntários, na faixa etária média de 70 anos.

Após controlar as variáveis externas, como nível educacional e genética, os pesquisadores verificaram que os resultados dos testes das mulheres caíram uma média de dois pontos por ano, em comparação com apenas um ponto para os homens. Outro efeito negativo registrado entre as mulheres foi uma velocidade maior na queda do padrão de vida e na capacidade de realizar atividades em casa e no trabalho.

Os cientistas afirmam, no entanto, que os resultados do estudo não são suficientes para comprovar a existência de alguma diferença na química do cérebro entre os sexos. "Tudo o que podemos dizer neste momento é que parece haver uma trajetória mais rápida para as mulheres do que para os homens em direção à demência", afirmou Murali Doraiswamy, professor de psiquiatria na Universidade de Duke e principal autor do estudo.

Infelizmente, o estudo não conseguiu identificar as causas dessa diferença de gênero na perda de memória. Até o momento, a explicação para a maior incidência de Alzheimer em indivíduos do sexo feminino (representam cerca de dois terços dos casos) era atribuído ao fato de que as mulheres vivem, em média, cinco anos a mais do que os homens. O estudo, no entanto, sugere que pode existir também uma razão biológica.

"As mulheres são desproporcionalmente afetadas pela doença de Alzheimer e há uma necessidade urgente de compreender se as diferenças na estrutura cerebral, a progressão da doença e as características biológicas contribuem para uma maior prevalência e para as taxas de declínio cognitivo", relata Maria Carrillo, coordenadora científica da conferência.

"Para intervir e ajudar a reduzir o risco de desenvolvimento dessa enfermidade, é fundamental compreender as razões para essas diferenças", afirma a pesquisadora, lembrando que mais estudos são necessários para que se possa elucidar a questão.

No Brasil

O Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em idosos. A Associação Brasileira de Alzheimer estima que há cerca de 1,2 milhão de casos da doença no país, a maior parte deles ainda sem diagnóstico.

A idade é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença: após os 65 anos, o risco de desenvolvê-la dobra a cada cinco anos. Cerca de 75% dos portadores em todo o mundo não têm o diagnóstico conhecido, de acordo com a Alzheimer's Disease International (ADI), instituição ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS). 

Foto 2: Marjan Lazarevski/ Flickr: MLazarevski/ CC BY 2.0


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