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Medicina Integrativa

Mesa lira faz música para o corpo

Deitar-se em uma caixa de ressonância com cordas afinadas é uma terapia sonora que ajuda a relaxar
Bruno Torres
27/09/19

Entre os muitos instrumentos utilizados nas terapias sonoras – como tingshas, taças tibetanas e gongos – há um que se destaca: a mesa lira. Suspensa por pés de madeira, a mesa é uma grande caixa de ressonância com 42 cordas afinadas em ré. Seu feitio faz com que ela tenha uma vantagem em relação aos demais: “Como o paciente fica deitado em cima do instrumento, os sons atravessam seu corpo todo ao mesmo tempo, reverberando as notas pela coluna vertebral de forma igualitária”, explica o terapeuta Marcelo Petraglia, que introduziu a terapia com o instrumento no Brasil, em 2002. Esta forma poderosa de dispersão sonora, ainda segundo o especialista, ajudaria no tratamento da ansiedade, das dores de cabeça e de doenças crônicas.

Diagnóstico e tratamento

A técnica baseia-se no conceito apresentado pelo autor Leonard B. Meyer no livro Emotion and meaning in music (sem tradução brasileira). Leonard B. Meyer, há décadas estudioso do tema, esclarece que cada órgão do nosso organismo possui uma frequência (grandeza física que indica o número de ocorrências de um evento – ciclos, voltas, oscilações etc – em um determinado intervalo de tempo). Ao emitir o som da mesa lira com esta mesma frequência, som e células entrariam em ressonância, propagando um estado de saúde por todo o organismo.

Terapia dos sons

Da mesma maneira, seria possível descobrir áreas doentes do corpo por meio dos sons. “Quando se manipula um instrumento terapêutico, o órgão que está sendo trabalhado reage aos padrões de compressão e dilatação causados pelas ondas sonoras. Se há algo errado, a frequência é alterada, as notas soam diferente e o profissional percebe”, explica o terapeuta sonoro Peterson Menezes.

A designer Camila Fontini, 29 anos, tinha dores de cabeça frequentes até experimentar a terapia com a mesa lira, há seis meses. “Antes, eu vivia tomando analgésicos; nunca faltava remédio na minha bolsa, pois tinha dor de cabeça todos os dias. Desde que comecei as sessões, os episódios diminuíram. Chego a ficar o mês inteiro sem ter sequer uma crise”, conta.

As vibrações da mesa lira também são indicadas para os pacientes que sofrem de ansiedade e estresse. “Elas podem induzir a estados alterados de consciência, onde se produzem ondas alfas e tetas. Estas ondas são naturalmente produzidas pelo cérebro quando estamos relaxados, em meditação, ou em sono superficial. Assim, quem está estressado ou ansioso demais e por isso não consegue relaxar, meditar ou dormir bem, por exemplo, pode se beneficiar com o tratamento”, explica Petraglia.

O fisioterapeuta paulistano Fábio Terrini, 36 anos, conta que diminuiu o uso de remédios contra a ansiedade desde que começou a terapia com a mesa lira há dois anos. “Depois de dez minutos ouvindo os sons, começo a relaxar. E mesmo depois da sessão, a sensação de paz permanece. É como se a música me ajudasse a encontrar um ritmo mais calmo para o cotidiano”, diz.

Sons personalizados

Por sermos compostos por cerca de 70% de água, onde as ondas sonoras se propagam, nos tornamos privilegiados para receber seus benefícios. No entanto, não adianta manipular a mesa lira de qualquer forma para obter os efeitos terapêuticos. Existem tabelas como a védica, a indiana e outras, que determinam o volume, a altura, a frequência e a intensidade adequadas para se trabalhar cada parte do corpo com as vibrações sonoras.

“Mesmo assim, não é uma ciência exata e o terapeuta precisa de muito estudo e sensibilidade para chegar ao melhor tratamento para cada paciente”, afirma Petraglia. “Isso acontece porque a memória sonora-emocional varia de pessoa para pessoa. O que costumo fazer é conversar com o paciente, descobrir quais sons ele associa ao bem-estar e quais o remetem a experiências ruins ou traumas. A partir desta conversa, descubro as notas, a intensidade e o volume adequados à circunstância”, completa.

Fotos: Divulgação Pulsando Som


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