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Medicina Integrativa

Preconceito no sistema de saúde

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde um em cada dez brasileiros já foi discriminado nos serviços de saúde público e privado do país
Bruno Torres
27/09/19

Há preconceito na saúde brasileira. Essa constatação está presente no segundo volume da Pesquisa Nacional de Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o estudo, um em cada dez brasileiros já foi discriminado nos serviços de saúde público e privado do país, seja por motivo de falta de dinheiro, classe social, cor, tipo de ocupação, tipo de doença, religião ou orientação sexual.

Dentre as motivos apresentados pelas pessoas que afirmaram ter sido vítimas de preconceito no sistema de saúde, os mais recorrentes foram a falta de dinheiro, com 53,9%, e a classe social, com 52,5%. Ainda de acordo com a pesquisa, Tocantins é o estado em que as pessoas mais afirmam ter sido discriminadas nos serviços de saúde público e privado, com 18,4% dos casos registrados, seguido por Amapá (14,8%) e Paraná (14,8%). O Espírito Santo (5,8%) teve o menor percentual.

O estudo também constatou que a discriminação foi menos frequente entre pessoas brancas (9,5%) do que entre pretas (11,9%) e pardas (11,4%) – a terminologia adotada pelo IBGE considera negra a população preta e parda. O percentual de discriminados também cai conforme o nível de instrução. Enquanto 11,8% dos entrevistados sem instrução ou com ensino fundamental incompleto apontaram ter sido discriminados, 8% dos com nível superior declararam ter passado pelo mesmo problema.

Utilização do Sistema Único de Saúde (SUS)

De acordo com a pesquisa, a maioria dos brasileiros procura pelas unidades públicas quando apresenta algum problema de saúde – 71,1% da população se dirigiu a estabelecimentos públicos de saúde para ser atendida. Desse total, 47,9% apontaram as Unidades Básicas de Saúde (UBS) como sua principal porta de entrada nos serviços do SUS.

Depois das Unidades Básicas de Saúde, os serviços públicos mais procurados pela população são os de emergências, como as Unidades de Pronto Atendimento Público ou setores emergência dos Hospitais Públicos (11,3%), seguidos pelos hospitais e serviços especializados. Desse total, 10,1% da população vão até um Hospital Público ou Ambulatório quando têm um problema de saúde e 1,8% vão aos Centros de Especialidades e Policlínicas Públicas. Os consultórios e clínicas particulares atraem 20,6% dos brasileiros e 4,9% buscam emergências privadas.

Medicina integrativa

O estudo ainda revelou o baixíssimo número de pessoas que utilizaram alguma prática integrativa e complementar nos 12 últimos meses anteriores à entrevista: 3,8% em todo o Brasil. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece, desde 2006, tratamentos e práticas para promoção de saúde que utilizam recursos da chamada medicina integrativa. Os cinco sistemas que podem ser encontrados em alguns hospitais e postos públicos são: homeopatia, medicina tradicional chinesa (que inclui acupuntura), medicina antroposófica, fitoterapia e termalismo (terapias que usam a água mineral).

Os percentuais mais altos foram registrados entre as participantes do sexo feminino (4,4%), nível superior completo (7,4%) e vão crescendo conforme aumenta a idade do usuário. A baixa adesão reforça a opinião da médica sanitarista Carmem De Simoni, uma das criadoras da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), que afirmou em entrevista ao NAMU que a “a política de práticas é hostilizada dentro do Ministério da Saúde” e não recebe a atenção devida.

Pesquisa Nacional de Saúde

É o primeiro levantamento de saúde em âmbito nacional a coletar amostras de sangue e de urina da população entrevistada, o que confere mais precisão aos resultados. Pesquisas nacionais feitas anteriormente dependiam exclusivamente do relato do entrevistado sobre seus problemas de saúde. Nesta terça-feira, o instituto divulgou o segundo volume dos resultados obtidos a partir da coleta feita no segundo semestre de 2013. O primeiro volume de dados foi divulgado em dezembro de 2014.

A pesquisa possui três eixos principais: avaliar o desempenho do Sistema Nacional de Saúde (através do acesso e utilização dos serviços de saúde e cobertura dos planos de saúde); avaliar as condições de saúde da população brasileira; e a vigilância das doenças crônicas não transmissíveis e os fatores de risco associados.

Foram visitadas 81.767 casas em todos os estados brasileiros, entre as quais 62.986 aceitaram responder ao questionário do IBGE. “Com a apropriação qualificada da pesquisa, iremos perseguir um modelo de acesso que resolve o problema do cidadão”, destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro. Segundo ele, os dados transformados em informações pelo IBGE permitirão ajudar a aperfeiçoar as políticas públicas de saúde.

Fontes: Ministério da Saúde e Agência Brasil.

Foto: Circuito Fora do Eixo / Flickr: Pimp my Carroça - 03/06/12 - SP / CC BY-SA 2.0


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