A organização global Greenpeace lançou uma campanha contra o acordo entre petroleira Shell e a fabricante de brinquedos Lego. A parceria, que consiste em distribuir brinquedos com o logotipo da multinacional de combustíveis, tem como pano de fundo a exploração de petróleo na região do Ártico, atividade que pode provocar danos ambientais de dimensões catastróficas para o planeta.
Segundo Fabiana Alves, coordenadora da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil, a organização pretende criar um santuário de preservação no local, acabar com os projetos de exploração de petróleo e com a pesca industrial que provoca o desaparecimento de espécies de animais.
Por que nos brinquedos?
Dados do Greenpeace mostram que desde 2012, o programa de exploração da Shell enfrenta críticas de ativistas e órgãos reguladores. As parcerias anteriores com a Lego produziram 16 milhões de brinquedos que foram distribuídos em mais de 26 países.
Ainda que a empresa de brinquedos afirme ter responsabilidade social na educação das crianças que consomem seus brinquedos, o novo acordo colocará, nos próximos anos, a marca nos itens fabricados por ela.
Crianças acostumadas ao petróleo
A ativista Fabiana Alves destaca a contradição dessa ação: “Além de familiarizar o uso de combustíveis fósseis e dos carros no universo infantil, trata-se de uma empresa que pretende explorar uma região de grande biodiversidade e importância para o planeta”.
Segundo ela, a não preservação do Ártico pode causar problemas em grande escala para o planeta, como o degelo das calotas polares e consequente alteração climática. Alves também ressalta a familiaridade que pode ser provocada quando a marca de uma empresa é colocada em brinquedos: “Essa iniciativa faz com que as crianças vejam essas imagens e a cultura do automóvel como algo do universo lúdico”, alerta.
Para divulgar a causa, ativistas criaram imagens com os bonequinhos da Lego em defesa do Ártico. Os “mini” protestos tiveram início em Londres e foram propagados por voluntários em diversos países. Veja algum deles:
Na praça Gwanghwamun em Seul, capital da Coreia do Sul, cartazes passam a mensagem
Um dos principais pontos turísticos de Bogotá, capital da Colômbia, foi palco dos mini protestos
Os bonequinhos representam a luta pelo Ártico em frente à Catedral de Saint Paul, em Londres.
Vídeo censurado
O Greenpeace lançou, no dia 8 de julho, um vídeo que alcançou mais 4 milhões de visualizações em algumas semanas. “A produção foi tirada do ar sob a acusação de quebra de direitos autorais da Warner Bros”, explica Alves. “Conseguimos que ele voltasse a ser exibido, mas a única resposta da Lego é uma mensagem formal do CEO da empresa afirmando que não tem relação com a exploração no Ártico”.
Faça sua parte
Mais de 400 mil pessoas já assinaram a petição e o Greenpeace pretende recolher 500 mil assinaturas até sexta-feira. Pedidos para que a continuidade da parceria seja rompida podem ser feitos através de uma petição on-line1.