No planeta Terra não existe 'jogar fora', tudo permanece por aqui e o que foi considerado lixo pode retornar até nós de uma forma desagradável. É o caso de substâncias presentes nos detergentes de uso doméstico, que contaminam rios e aquíferos. Voltam na água que bebemos ou até mesmo nos peixes que comemos. Já não é de hoje que a fórmula do detergente preocupa. Em 1985, o Brasil aprovou uma lei que libera apenas a produção de detergentes biodegradáveis.
Apesar de menos nocivos, a maioria desses produtos continua levando fosfatos em sua composição, considerados prejudiciais ao ciclo vital dos rios. Nesse aspecto, o sabão em pó e em barra também são grandes vilões, por conterem grande quantidade de fosfatos.
Outro exemplo caricato é a quantidade de lixo espacial que cai na Terra. Para se ter uma ideia, apenas entre os anos de 1999 e 2003 foram 840 toneladas desses detritos que retornaram a superfície, constituídos por partes de foguetes e satélites ou por peças arremessadas durante os lançamentos, segundo dados da Nasa.
A curta duração dos objetos de consumo e o aparente fácil descarte desses produtos podem ser as causas de um certo esquecimento de que na Terra não há como 'jogar fora'. Os três erres da sustentabilidade “reduzir, reciclar e reutilizar” também reforçam a necessidade da consciência sobre os limites da capacidade do nosso planeta. Questionar os hábitos, os produtos e a quantidade que consumimos pode ser um caminho para que, no futuro, não reste apenas lixo por aqui.
Foto: divulgação do filme Lixo Extraordinário