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Organização

Casa arrumada contra o caos

Saber respeitar a dinâmica da própria residência é um passo fundamental para mantê-la organizada
Bruno Torres
27/09/19

O que vem à mente quando você pensa em “Lar, doce lar”? Se você imaginou um local claro, limpo e organizado, deve concordar: parece que a paz também pode ser ilustrada pela ordem. A organização traz aspecto de disciplina a uma casa porque torna mais fácil mantê-la arrumada e limpa. Quando organizamos a casa isso pode repercutir na harmonia do ambiente.

Passando à prática, viver confortavelmente e com as coisas em seu devido lugar é um exercício precedido por iniciativas na área da decoração. Sim, porque como ter conforto e armazenar pertences de forma apropriada sem dispor de móveis adequados?

Vale até usar caixas (de plástico, papelão, madeira) enquanto não sobra verba para investir mais neste quesito. O importante é que os pertences estejam “guardados” em algum lugar – que é o contrário de “jogados” pela casa. Você pode usar etiquetas para facilitar a busca, mantendo uma lista do que há em cada caixa.

“Quando você me pergunta sobre organização, penso automaticamente em mobiliário”, diz Marcos Cruz, há 20 anos arquiteto e profissional experiente em desenhar projetos superdetalhados de marcenaria. “Chego a catalogar os pertences do morador, para o móvel contemplar todos eles – de calçados a teclado, passando por raquete e coleções de miudezas”, afirma.

A marcenaria sob medida aproveita cada milímetro. Portanto quanto menor a metragem da casa, mais vantagens trará a peça encomendada. Para ganhar centímetros, há casos de reformas que retiram paredes e empregam o fundo de armário para dividir ambientes. Pontos negativos são o custo alto e o fato de não se adequar em outro imóvel, em caso de futura mudança. Lembre-se de avaliar com o marceneiro a possibilidade de desmontar e remontar o móvel. Nem só de marcenaria vive uma casa organizada, há inúmeros móveis prontos que resolvem muito bem.

Flexíveis e multiuso

Decorar uma casa é como seguir receita de bolo: há mil formas de se fazer e sempre existem especificidades ao gosto do freguês. Diferindo em qualidade e quantidade, os itens básicos serão sempre indispensáveis. O mesmo vale para uma residência, mas e quando a metragem é pequena? Como fazer caber a mesa, e o sofá, e a estante etc.?

Paralelamente à necessidade de móveis para armazenar e manter objetos em ordem, a organização de uma casa depende também da distribuição inteligente, que assegure a boa circulação. Do contrário, imagine uma mesa atravancando a passagem na sala, ou caixas no chão do corredor. Sensação desagradável. Em tempo: se precisar, instale prateleiras 50 cm abaixo do teto e use-as para guardar caixas.

Para cada necessidade há uma solução. Os fabricantes de móveis buscam recursos impensáveis para aproveitar espaços – e favorecer a circulação. Confira algumas opções:

  • Uma família grande em uma sala de jantar reduzida pede uma mesa extensível – amplia de quatro a oito lugares num correr de trilhos. Há também mesas e cadeiras dobráveis, além de bancos com encaixe perfeito, que ocupam a largura de apenas um.
     
  • Há inúmeros modelos de sofás com função deitar, alongando-se em formato chaise-longue. Pufes são ora mesa de centro, ora banco para visitantes. Baús são bancos e armazenam itens.
     
  • Da sabedoria oriental vem o uso de biombo como divisor. Portas de correr, por exemplo, dão flexibilidade a um escritório – quando o usuário precisa de silêncio e outro morador está com visitante. Também permitem integrar e dividir ambientes.
     
  • Para receber hóspedes, há os já clássicos bicama e sofá-cama. Atualmente a cama retrátil vem sendo usada pelos próprios moradores, deixando espaço livre durante o dia. Ainda sobre colchões, o box do tipo baú é bom recurso para guardar pertences.
     
  •  Cama beliche com escritório na parte inferior é outra solução que dribla a falta de espaço e colabora com a organização.

Combinando objetos 

Nem todo objeto deve ficar oculto em armários, atrás de portas. Peças decorativas pedem exposição, e para elas são boa pedida prateleiras, estantes e nichos (módulos componíveis). Para manter o aspecto de ordem, o jeito é reunir objetos com algo em comum – por exemplo, serem souvenires de viagem, miniaturas, corujinhas, porta-retratos.

“Outro segredo para manter a organização sem virar refém dela é saber que há coisas que são bagunçadas por natureza”, diz o arquiteto Giancarlo Gasparotto, que exemplifica: estante de livros. “Se o resto da sala estiver arrumado, não será uma estante de livros disforme que estragará o conforto visual”, acredita o arquiteto. “As pessoas não podem perder a noção que a primeira função de um lar é servir seu dono com praticidade.”

Uma residência não é estática, a movimentação é constante. A sala pode ter suas flexibilidades sem perder o tom. Revisteiros são bons para armazenar as revistas em fase de leitura; pequena caixa de papelão guarda os controles e os óculos de ver TV; vasos sem flores devem estar juntos para cumprir o ideal de aproximar similares; o pufe para pés só fica no meio da sala quando usado, em outros momentos é guardado no canto.

No quarto, acomodar miudezas em latinhas ou caixas, mesmo dentro de armário, promove limpeza visual. Um módico porta-chaves cuida bem de colares, e caixa de sapato dentro da gaveta mantém dobrados sutiãs e calcinhas. Uma gaveta pode substituir arquivo e guardar corretamente os documentos (tão prático quanto simples é separá-los em pastas, por tema). Sapateira de plástico organiza gravatas, echarpes, cintos – ou cosméticos, no banheiro. Vale adotar móveis aéreos para desocupar o piso da cozinha e na lavanderia pode ser boa ideia ter varal retrátil.

E assim em cada ambiente: para atuar assertivamente é preciso antes reconhecer e aceitar as necessidades pessoais dos moradores. Saber respeitar a dinâmica da própria casa é um passo fundamental para mantê-la organizada. E encontrar a harmonia.

Soluções ideais para cada caso

“O espaço físico tem limites, portanto uma boa organização começa com o estabelecimento das necessidades e prioridades espaciais do morador”, afirma a arquiteta Juliana Fiorini. “Ao projetar, sempre procuramos encontrar o melhor aproveitamento e otimização de espaço.”

Ela conta que já colocou em sala uma sapateira sob o aparador e armário para utensílios de serviço. “Sabendo o que precisa ser guardado e qual espaço disponível, estabelecemos prioridades e prevemos as áreas mínimas adequadas para os objetos e usos, onde seja fisicamente possível”, explica.

Banheiro

Armários estreitos atrás do espelho são muito úteis para cosméticos e utensílios de higiene - os objetos ficam bem acessíveis e visíveis. A pouca profundidade evita o acúmulo de recipientes antigos, vazios ou fora de uso.

Quarto

Calçados são um assunto à parte. “Costumo projetar sapateiras com prateleiras deslizantes, que ocupam toda a profundidade do armário, acomodando duas fileiras de sapatos e permitindo a visibilidade e o acesso.” Quando não há espaço suficiente para os sapatos nos armários, a sugestão são sapateiras em móveis baixos e estreitos, com portas de correr. Eles podem ocupar pequenos espaços ou espaços residuais, tornando-os mais úteis.

Cozinha

Armários com prateleiras e portas são úteis não só para guardar louças, mas também como despensa para alimentos.

Área de serviço

Os armários podem ser mais estreitos, mas é importante reservar espaços com altura e profundidade suficientes para os materiais de limpeza serem guardados.

Objetos decorativos

Para eles são interessantes as estantes abertas.

Gavetas

São muito úteis para objetos pequenos e de uso frequente. “No banheiro, costumo projetar gavetões para roupa suja sob a bancada da pia”. Na cozinha, as gavetas acondicionam objetos variados - desde talheres e panelas até panos de prato e recipientes plásticos.

Brinquedos

Brinquedos e cacarecos que alegram o ambiente fazem parte da decoração dos quartos de criança. Considerando, também, que as coisas mudam de lugar com muita frequência, é interessante lançar mão de recursos que facilitam a ordem – e estimulem o pequeno a cuidar dos próprios pertences.

Acessórios e enfeites ficam em prateleiras com profundidade de 25 cm ou podem migrar para as gavetas. “Dispor de compartimentos variados é fundamental para que o ambiente seja funcional e possa se manter harmoniosamente organizado”, diz Marcos Cruz. “Encostar a cama junto a uma parede favorece a circulação e deixa espaço livre para o lazer. Isso facilita até a limpeza do ambiente”, destaca o arquiteto.

Inimigos da ordem

O mau aspecto gerado por fios é proporcional à nossa dependência deles. Ainda que haja opções “wireless” (sem fio) para alguns, a maioria dos eletrônicos ainda demanda este “inimigo” do visual de uma casa. “Há recurso na marcenaria para ocultá-los, como painéis ou caixas vazadas”, lembra o arquiteto Marcos Cruz. Pôster à frente dos fios, um móvel baixo ou vaso alto podem ser alternativas para tirá-los de vista.

Evitar acúmulos disfuncionais é outra dica do arquiteto Cruz. “Repense sobre o que está guardando”, ele sugere. Se for um móvel, há três opções: doar, levar para depósito ou reformar e colocar em uso. “Coisas pouco usadas, livre-se delas. Abra espaço para as que são realmente importantes.

Foto 1: Rubbermaid Products/ Flickr: Rubbermaid Products/ CC by 2.0
Fotos 2: Juliana Fiorini


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