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Mobiliário Sustentável

Da caçamba à sala: design sustentável

Paulo Gomes recicla pedaços de madeira rejeitados e os transforma em mobiliário de luxo
Bruno Torres
27/09/19

O arquiteto Paulo Gomes, de Intanhagá (RJ), recolhe pedaços de madeira rejeitados e os transforma em mobiliário. A matéria-prima para o projeto Segunda Vida vem de serrarias, restos de obras e das ruas. Nascido em Niterói (RJ), Gomes vive em Itanhagá, no mesmo estado. “As questões da despoluição e da reparação do ato irresponsável do desperdício estão associadas à intenção de impedir que esses resíduos, seguindo a rota da destruição, produzam ao final do processo os gases alimentadores do efeito estufa”, explica o arquiteto em entrevista exclusiva ao Portal NAMU.

Como surgiu a ideia de construir móveis com madeiras descartadas?
Em minha vida profissional como arquiteto, quase sempre trabalhei no universo da madeira. Com esta prática, aprendi a diferenciar as espécies, reconhecer seus limites, fragilidades, potencialidades e, por que não dizer, humores. Sensibilizado por este material tão fantástico, passei a observar o que nos rodeava, a imensa quantidade de elementos descartados pelos mais variados motivos, inclusive jaqueiras utilizadas na construção de embarcações.

Você utiliza algum recurso para tornar as peças resistentes?
Muitas vezes as madeiras são encontradas em condições de difícil remoção. Fragmentos já foram retirados de córregos ou desenterrados, exigindo pessoal e equipamentos como caminhão ou escavadeira. Quanto ao estado de conservação, as peças apresentam sinais dos maus tratos ou uso. Uso técnicas da carpintaria. Por exemplo, enxerto madeiras nobres nas áreas muito danificadas e preparo as superfícies com produtos que permitirão a textura pretendida e a longevidade da obra.

Estes sinais, que prefiro não ocultar, são o testemunho da intervenção no destino provável destes elementos encontrados por toda a região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro. Rio é cidade e floresta entrelaçados. A geografia ímpar determina o convívio. É simplesmente fantástico podermos produzir na cidade arte com produtos da floresta.

As questões da despoluição e da reparação do ato irresponsável do desperdício estão associadas à intenção de impedir que esses resíduos, seguindo a rota da destruição, produzam ao final do processo os gases alimentadores do efeito estufa. O trabalho com intenção didática foi considerado pela comissão de avaliação da Rio +20, como alinhado às suas intenções de preservação do planeta.

Quais são seus novos projetos?
Trabalho na concretização de uma escultura que visa a reproduzir o maior corpo celeste encontrado no Brasil, o meteorito de Bendegó (BA). Também trabalho no desenvolvimento de uma cadeira com releitura dos anos 60, tendo sua estrutura sido uma montagem de partes de antigos portais, oriundos de obras de demolição de casas do Rio, em peroba do campo e jacarandá, a madeira mais escura e nobre do nosso pais. O encosto remete às cordas de uma guitarra. O projeto é feito em parceria com Américo Alexandre, marceneiro e restaurador do altar-mor do convento Santo Antônio.


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