O ser humano necessita de uma grande variedade de elementos químicos para manter o metabolismo em ordem. Entre eles estão as gorduras, ou ácidos graxos, moléculas responsáveis pelo armazenamento de energia e transferir líquidos pela membrana celular. Dentre os vários tipos de compostos graxos insaturados, o ômega 3, gordura não produzida pelo corpo, distingue-se por seu papel preventivo de doenças mentais e cardiovasculares1.
Quer conhecer outros benefícios do ômega 3 para a saúde? Então acompanhe o artigo a seguir.
Descoberto pelos cientistas norte-americanos George Burr e sua esposa Mildred Burr em 1929, o ômega 3 ganhou destaque na comunidade científica quando o pesquisador Ralph Holman3 detectou, na década de 1960, que a insuficiência de ômega 3 estava relacionada ao baixo consumo de alimentos com gorduras insaturadas.
Vinte anos mais tarde, os epidemiologistas dinamarqueses Niels Kromann e Anders Green evidenciaram que o baixo índice de doenças cardiovasculares de uma população de esquimós na Groenlândia tinha relação com o consumo elevado de peixes e derivados4.
No organismo, o ômega 3 é convertido em substâncias ativas que originam o EPA (ácido eicosapentaenoico), importante para evitar a coagulação do sangue. Ainda, também é convertido em DHA (ácido docosa-hexaenoico), que é uma gordura decisiva para a formação do cérebro nos recém-nascidos.
Os principais benefícios do ômega 3 para saúde são:
Como o ômega 3 não é produzido pelo organismo, ele deve ser obtido pela alimentação. As principais fontes são os peixes provenientes de águas frias e profundas, como salmão, arenque e sardinha, por exemplo. Além de algumas sementes, como linhaça e chia.
O aumento da quantidade de peixes criados em cativeiro foi uma solução criada para atender à demanda do consumo de peixes, que cresce cada vez mais. Contudo, a prática pode prejudicar a obtenção do ômega 3, pois os compostos EPA e DHA não são criados pelos peixes, mas sim pelas algas que eles consomem quando vivem em ambiente nativo. Dessa forma, a quantidade consumida é insuficiente para atingir o mínimo requerido.
Cabe ainda mencionar que alimentos como linhaça, chia e algas também são excelentes fontes, porém na forma de ALA (ácido alfalinolênico). Isso significa que elas são convertidas em EPA e DHA com ação menos efetiva quando comparada às gorduras provenientes de peixes.
A suplementação pode ser uma opção obter os benefícios do ômega 3, pois as cápsulas possuem maior concentração do princípio ativo. A Anvisa regulamenta a produção do composto de acordo com as resoluções pertinentes5,6. Pessoas que possuem problemas de coagulação sanguínea ou que vão passar por cirurgias, devem consultar um médico ou nutricionista antes de consumir o suplemento.
Quer chegar aos 70 com agilidade mental de 20? Então invista em carnes brancas e no azeite de boa qualidade, que são alimentos ricos em um conjunto de ácidos graxos, também conhecidos como como ômega 3.
Pesquisa coordenada pelo neurologista Georgios Tsivgoulis, do departamento de neurologia da Universidade de Atenas (Grécia), mostra que uma alimentação rica em ômega 3 pode trazer benefícios à memória e ao raciocínio, além de diminuir a probabilidade de demência.
Estima-se que mais de 700 milhões de pessoas ao redor do mundo sofram de doenças mentais e neurológicas, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde no Plano de Saúde Mental 2013-2020.
O estudo de Tsivgoulis tem como objetivo determinar a relação entre a adoção da dieta mediterrânea e a capacidade cognitiva dos indivíduos. Além disso, o estudo também leva em conta diferenças raciais e problemas vasculares.
Durante quatro anos, os pesquisadores acompanharam 17.478 pessoas e notaram em 19% delas uma redução do índice de comprometimento cognitivo. A efetividade da dieta estaria ligada a uma maior eliminação de gorduras saturadas pelo corpo.
A dieta mediterrânea baseia-se na ingestão de frutas, vegetais, grãos, azeite de oliva, sementes, nozes, peixes e frutos do mar. Inclusive, alguns desses alimentos são ricos em ômega 3. Ovo, queijo, iogurte e vinho também podem estar presentes à mesa diariamente, enquanto carnes vermelhas e doces são evitados.
Os participantes da pesquisa eram caucasianos e afro-americanos com idades próximas a 64 anos. Nesta amostra, 17% eram diabéticos. Diferenças raciais não implicaram em diferentes resultados. Nos pacientes diabéticos, no entanto, nenhuma melhoria no índice de comprometimento cognitivo (ICI, em inglês) pode ser avaliada, comprovando que a diabetes influencia diretamente nos resultados da dieta.
Para Georgios Tsivgoulis, a alimentação mediterrânea é apenas uma forma de preservar o funcionamento adequado do cérebro. “O exercício, a controle da obesidade, a abstinência de tabaco e o acompanhamento cuidadoso de problemas como a diabetes e a hipertensão são igualmente importantes”, sugere o neurologista.
Outro ponto importante levantado pelo estudo é o de a dieta apresentar uma possível alternativa para tratar os sintomas da demência. Segundo Tsivgoulis, fazer exercícios para o cérebro e mudar a dieta convencional podem ser alternativas para desacelerar a demência. Atualmente, não existe cura para a doença.
Ao longo de quatro anos, os pacientes foram submetidos, regularmente, a testes de memória e de raciocínio. Eles também passaram por controles alimentares que analisaram se sua alimentação estava mais ou menos próxima de uma dieta mediterrânea. Durante esse período, 7% dos analisados apresentaram algum tipo de comprometimento de memória.
Para aqueles pacientes que seguiam assiduamente a dieta recomendada, e que não apresentavam nenhum problema nas atividades cerebrais no início da pesquisa, a dieta mostrou-se eficiente.
Dentro dos parâmetros estabelecidos para mensurar os resultados, eles apresentaram risco 19% menor de desenvolver problemas de cognição e de memória se comparados às outras pessoas analisadas, conforme relatou Georgios Tsivgoulis.
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