"Cada átomo
Feliz ou miserável,
Gira apaixonado
Em torno do sol.”
Foi assim que o poeta Mawlānā Jalāl-ad-Dīn Muhammad Rūmī, ou simplesmente Rumi, interpretou os giros sufis. Coreograficamente, a dança é composta apenas por bailarinos que giram em torno do próprio eixo, usando a perna esquerda como apoio. De acordo com a filosofia sufi, no entanto, os rodopios significam muito mais do que isso: eles elevam a alma e levam os pedidos a deus.
A filosofia valoriza o espírito de liberdade. Por meio da música, da dança e da literatura, os sufis tentam perceber a origem de todos os acontecimentos. Para eles, a inspiração é mais importante que as regras e o desenvolvimento da percepção e dos sentidos é o caminho para ouvir o divino.
Os giros realizados pelos dançarinos, vestidos por saias longas e rodadas, ecoam a atividade cósmica. Por valorizarem a sensibilidade individual, cada um busca o universo espiritual dentro de si, único e intransferível.
Fotos: Mehmet Can / Thinkstockphotos; Vyacheslav Argenberg / Flickr / CC BY 2.0; Quinn Dombrowski / Flickr / CC BY-SA 2.0
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