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Energias Renováveis

Energia solar feita em casa

Com poucos investimentos públicos, a produção em escala doméstica pode ser uma saída
Bruno Torres
27/09/19

Por sua localização e clima, o Brasil possui todas as características favoráveis para ser um grande produtor de energia renovável fotovoltaica. De acordo com a pesquisa Um banho de sol para o Brasil, do Instituto Vitae Civilis, o país seria capaz de produzir 15 trilhões de MWh somente com a energia do sol. Segundo a publicação, esse montante é 50 mil vezes o necessário para abastecer toda a nação. Mesmo com esse enorme potencial, poucas ações governamentais têm se desenvolvido para aproveitar melhor essa fonte alternativa. Diante desse cenário, uma das opções é a produção em escala doméstica.

O maior projeto residencial de energia solar fotovoltaica do Brasil está localizado no interior de São Paulo, em Ribeirão Preto. A casa conta com 180 placas de 140 W cada e seis inversores de 3,8 kW, cada. Isso significa que a produção individual média chega a 3.300 kWh por mês. É energia suficiente para abastecer a residência e encaminhar o excedente à rede de distribuição local que, em troca, beneficia o consumidor com descontos nas faturas de outros imóveis, desde que pertençam ao mesmo proprietário.

O investimento feito em Ribeirão Preto foi de R$ 220 mil. A empresa fabricante garante que em sete anos todo o capital é recuperado. Raphael Pintão, sócio-diretor da companhia, explica que é possível instalar o sistema para suprir qualquer demanda em uma residência. Mas, quanto menor é a estrutura instalada, mais cara ela se torna. Como o consumo de uma casa padrão é considerado baixo, facilmente as placas produzem energia limpa para garantir 100% da eletricidade e, às vezes, até mais do que isso.

De acordo com Afonso Celso Bueno Monteiro, ex-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, o custo de uma instalação fotovoltaica básica para uma residência de cinco pessoas é de R$ 4 a R$ 5 mil. Ele afirma que o retorno do investimento ocorre em até três anos e os equipamentos tendem a ficar cada vez mais baratos.

Raphael Pintão explica que nos centros urbanos, o mais comum é vincular o sistema fotovoltaico às redes de transmissão. Essa opção oferece mais segurança ao consumidor e reduz os gastos por descartar a necessidade de baterias para o armazenamento, que chegam a custar o mesmo que as placas.

O empresário explica que é muito mais fácil planejar o uso das placas fotovoltaicas quando a moradia ainda está na fase de concepção. A simplicidade do sistema não impede que ele seja instalado em construções já finalizadas sem gastos excedentes ou ineficiência operacional.

Coletores solares térmicos (aquecedores)

Os coletores solares não geram eletricidade diretamente, mas são muito eficientes se a ideia é reduzir o consumo. O sistema aproveita o calor do sol para aquecer e armazenar água, que pode ser usada em torneiras, chuveiros, piscinas e outras estruturas.

“É comum haver essa confusão entre um coletor solar térmico e a placa fotovoltaica. A placa converte a energia solar em energia elétrica para o funcionamento dos aparelhos, como geladeira, televisão e computador. Já o coletor solar é um equipamento mais simples que transforma a radiação solar em energia térmica para o aquecimento de águas de piscinas, chuveiros e torneiras”, explica Monteiro.

Operário instalando um conjunto de painéis solares em um telhado
Maior projeto residencial de energia solar do Brasil. Em média, a produção é de 3.300 kWh por mês

Em uma residência, o chuveiro chega a ser responsável por até 35% dos gastos com eletricidade. Com o uso dos coletores, essa economia é sentida diretamente na conta de energia. Por ser mais acessível que as placas fotovoltaicas, tem sido uma opção bastante incentivada pelas próprias concessionárias de energia. O sistema reduz a sobrecarga das redes no horário de pico e ainda garante água quente mesmo que exista algum problema nas redes de transmissão.

A opção mais eficiente é ter os dois sistemas em uma mesma residência. O único desafio é ter espaço suficiente no telhado, já que ambos utilizam placas para captar a energia do sol. No caso dos coletores solares, a instalação é mais simples se forem incluídos no projeto de construção. Nada impede que sejam também instalados em casas prontas. Em relação ao sistema fotovoltaico, possui custos menores e diversos modelos disponíveis no mercado.

Energia eólica

O potencial brasileiro para a geração de energia eólica é um dos melhores do mundo em razão do clima e posição geográfica. Alguns aerogeradores eólicos de baixa rotação podem ser instalados em casas e edifícios urbanos para microgeração de energia, pois são constantes os avanços tecnológicos para tornarem as turbinas eólicas residenciais mais eficientes e silenciosas.

Já existem no Brasil empresas que oferecem essa tecnologia. Existem modelos que necessitam de fundação, ou seja, podem ser instalados em fachadas de edifícios, por exemplo. O preço inicial das turbinas comercializadas em território nacional é de R$ 4 mil.

O sistema pode ser integrado à rede elétrica ou utilizar um conjunto de baterias para armazenamento. Em locais com potencial eólico apropriado, os aerogeradores são capazes de suprir de 30% a 100% de energia necessária em uma casa, um pequeno negócio ou até mesmo um barco.

Foto 1: Neosolar energia
Foto 2: Lourenço Cunha Lana


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